Confiança das famílias cabo-verdianas em queda livre
A confiança das famílias cabo-verdianas continuou a cair no terceiro trimestre de 2017, confirmando a tendência decrescente que se verifica desde o trimestre anterior, revelou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE) de Cabo Verde.
Ao referir dados de um inquérito de conjuntura do consumidor, na cidade da Praia, o INE avança que o indicador manteve-se entretanto estagnado, se comparado com o trimestre homólogo do ano passado. Embora os inquiridos considerem que houve uma evolução positiva da situação económica das famílias relativamente ao trimestre homólogo, eles apontam que a situação económica do país evoluiu negativamente em relação ao mesmo período do ano passado.
Numa análise sobre a situação entre o presente e o passado, os inquiridos assinalaram que tanto os preços de bens e serviços como o desemprego no país diminuíram face ao trimestre homólogo. Em relação à poupança, cerca de 79,3 por cento dos cabo-verdianos inquiridos consideraram que, com a situação económica actual do país, não será possível poupar dinheiro.
Por outro lado, verificase que 14,7 por cento dos inquiridos afirmam ser possível poupar algum dinheiro com a actual situação económica do país sendo que, no trimestre homólogo, esse valor era de cerca de 16,0 porcento. No que toca às perspectivas de futuro para os próximos 12 meses, o documento avança que os inquiridos acreditam que tanto a situação financeira das famílias como a situação económica devem evoluir positivamente face ao mesmo período do ano 2016.
Os cabo-verdianos acreditam que, tanto os preços de bens e serviços, como o desemprego, deverão diminuir quando comparados com o trimestre homólogo. A maioria dos inquiridos afirmou não ter intenção de comprar carro (99,2 por cento), adquirir ou construir uma casa nos próximos anos. A queda da produção de hidrocarbonetos no campo petrolífero al-Charara, no sul da Líbia, devido à agitação social, resultou em perdas de três milhões de dólares por dia, revelou o director da Companhia Nacional de Petróleo da Líbia (NOC).
Para Mustapha Sanallah, a empresa Fintershall, que opera no campo al-Charara, decidiu fechar a produção “sem consultar a NOC”.
Numa declaração divulgada, sexta-feira à noite, Sanallah explica que “os protestos na área de Ajkhara e a paralisação da produção reflectem a intenção de a Fintershall se abster de aplicar os termos do novo contrato”, refere.
Mustapha Sanallah afastou a possibilidade de a Fintershall continuar a produzir petróleo em condições diferentes das de outras companhais internacionais que operam no país.
A NOC, empresa estatal com monopólio da exploração do petróleo na Líbia, decidiu rever os termos do contrato com a empresa Fintershall, de maneira a aumentar a parte da companhia líbia no contrato de exploração e de produção do jazigo de petróleo localizado no sul.
Com uma capacidade de produção de 340 mil barris de petróleo por dia, o campo de al-Charara, localizado perto da cidade de Oubari, é regularmente submetido a fechos, devido aos movimentos sociais dos habitantes locais e grupos armados na região.
Esta situação reflecte-se na produção petrolífera da Líbia, quarto produtor do “ouro negro” em África, com reservas estimadas em 54 mil milhões de barris, mas cuja produção em bruto não consegue ir além de um milhão de barris diários.