Tribunal adia segunda volta das presidenciais na Libéria
O Supremo Tribunal da Libéria aceitou ontem o recurso interposto pelo partido da oposição Liberty Party (LP) contra os resultados da primeira volta das eleições presidenciais de 10 de Outubro último, que pede o adiamento da segunda volta do escrutínio, inicialmente previsto para ontem.
Os liberianos aguardavam pela decisão sobre a data da segunda volta das presidenciais, após acusações de fraude na primeira volta, que deu como vencedor o antigo futebolista George Weah.
O Partido da Liberdade, de Charles Brumskine, que segundo os resultados das eleições ficou em terceiro lugar, com 9,6 por cento dos votos, apresentou imediatamente um recurso alegando fraudes e irregularidades.
Com o apoio de Joseph Boakai, candidato do Partido da Unidade, que governa na Libéria, mas que entretanto terminou em segundo lugar na primeira volta, chegando a acusar a Presidente cessante, Ellen Johnson Sirleaf, militante do partido, de interferir na votação, a formação política de Charles Brumskine exigiu a revisão de todo o processo eleitoral.
O Supremo Tribunal da Libéria suspendera, na semana passada, os preparativos da segunda volta, na sequência do recurso.
George Weah obteve 596 mil e 37 votos, ou 38,4 porcento, enquanto o seu oponente, o Vice-Presidente cessante, Joseph Boakai, recebeu 446 mil e 716 votos, 28,8 por cento dos votos.
Num comunicado divulgado na semana passada, o Partido da Unidade afirma que a primeira volta das eleições presidenciais de 10 de Outubro, que devia inaugurar a primeira transição democrática de poder da Libéria desde 1944 “foi caracterizada por irregularidades sistemáticas massivas e fraude” e a Presidente Ellen Johnson Sirleaf “agiu de maneira inapropriada ao se encontrar de maneira privada com magistrados eleitorais antes da votação”.