Falta de financiamento prejudica a aquicultura
A falta de financiamento constitui a principal dificuldade para impulsionar a aquicultura na província da Huíla, afirmou ontem , no Lubango, a responsável da secção de Pescas e Ambiente, da direcção local da Agricultura. Flora Fernandes disse que existem muitas pessoas com vontade de praticar a aquicultura, inclusive contactam a direcção, mostrando o interesse pela actividade, mas desistem por causa das dificuldades financeiras no terreno.
Flora Fernandes explicou que, para uma primeira fase, um criador precisaria de mais de 500 mil kwanzas para fazer dois tanques, sem contar com a água, a obtenção dos alvinos, ração para alimentar as crias provenientes do exterior do país, entre outras despesas. “Quando começámos com um dinheiro próprio encontramos dificuldades, se conseguimos comprar as enxadas, já não conseguimos o carro de mão e por vezes quando se quer fazer a aquicultura em tanques de betão armado é necessário cimento, bloco e outros materiais, que não alcançamos o trabalho por mãos próprias, alugamos máquinas escavadoras que podem fazer os tanques de terra”, disse Flora Fernandes para acrescentar que a Direcção da Agricultura, Pescas e Ambiente dá apenas apoio técnico, incentivando a população a fazer a prática da actividade com os seus próprios meios.
Flora Fernandes informou que o Lubango conta com três centros de aquicultura para comércio e um natural virado para o desporto, com 36 tanques, dos quais 24 estão a funcionar. Deste número, acrescentou Flora Fernandes, dez fazem parte da aquicultura natural, sem objectivo de comercializar, com uma produção de mais de dez toneladas anual, em que se destaca o cacusso.
“Com todos os tanques em funcionamento, a província pode produzir perto de 50 toneladas de peixe por semestre", revelou.