Ampulheta e a sua
A ampulheta é, como o quadrante solar e a clepsidra, um dos objectos mais antigos para medir o tempo. Também é conhecida como o relógio de areia.
É constituída por duas âmbulas (recipientes cónicos ou cilíndricos) transparentes que se comunicam entre si por um pequeno orifício que deixa passar uma quantidade determinada de material em pó (historicamente areia) de uma âmbula para a outra. O tempo decorrido para o material passar de uma âmbula para a outra corresponde, em princípio, sempre ao mesmo período de tempo. Factores que podem alterar a quantidade de tempo incluem a quantidade de material, a grossura do material e o tamanho da abertura entre âmbulas.
Eram frequentemente utilizadas em navios (onde se usavam ampulhetas de meia hora), em igrejas e no início da utilização do telefone, servia, em alguns locais, para contar o tempo despendido numa chamada (no norte de Portugal, por exemplo, esta prática era comum em algumas casas comerciais).
Foi muito utilizada na arte para simbolizar a transitoriedade da vida. A morte, por exemplo, é muitas vezes representada como um esqueleto com uma foice numa das mãos e uma ampulheta na outra.
Etimologicamente, a palavra ampulheta tem origem no espanhol ampolleta, que significa “relógio de areia”. No entanto, a raiz etimológica estaria no latim ampulla, que quer dizer “redoma” ou “frasco”.
O tempo contabilizado numa ampulheta é considerado a partir da totalidade de areia que escoa de um compartimento para outro no aparelho. Teoricamente, o tempo para a areia passar de um lado para o outro seria sempre o mesmo.
A ampulheta tradicional teria sido inventada no século VIII, por um monge francês chamado Luipraud.
Antigamente, quando não existiam relógios precisos como nos dias de hoje, a ampulheta era bastante útil para marcar os intervalos de pequenos tempos.
Nas competições desportivas ou jogos de raciocínio, por exemplo, a ampulheta era utilizada para contabilizar o tempo de cada participante.
Nas navegações marítimas a ampulheta era um dos métodos disponíveis para que a tripulação soubesse o horário dentro do navio.
Actualmente, as ampulhetas são usadas como objectos de decoração ou tatuadas nos corpos, devido o significado que lhe foi atribuído ao longo dos anos: a transitoriedade da vida.