Jornal de Angola

Emissária de Theresa May encoraja combate à corrupção

Lindsay Northover termina hoje visita a Angola, que serviu para manter contactos com os novos membros do Executivo liderado pelo Presidente João Lourenço

- Victorino Joaquim

A enviada da primeirami­nistra britânica para o Comércio e Investimen­to com Angola, baronesa Lindsay Northover, realçou ontem, em Luanda, a importânci­a que o novo Executivo angolano dedica ao combate à corrupção, mas sublinhou que esta luta deve ser de todos.

Lindsay Northover, que falava à imprensa, à saída de um encontro com o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, disse ser importante o combate à corrupção, lavagem de capitais e outros males, acrescenta­ndo que se trata de uma empreitada que diz respeito a todos, pois são males que prejudicam a sociedade e mancham o bom nome do país.

A enviada da chefe do Governo britânico disse ter tido uma “discussão muito abrangente” com o ministro Diamantino Pedro Azevedo. O encontro, disse, permitiu-lhe estar inteirada dos planos futuros e prioridade­s que o novo Executivo, liderado por João Lourenço, tem em carteiras.

Energia, água potável, construção civil, agricultur­a, formação de quadros, petróleos, são, segundo Lindsay Northover, alguns dos sectores prioritári­os. A emissária de Theresa May disse que se trata de áreas em que o Reino Unido tem experiênci­a e tecnologia avançadas que podem ser transferid­as para Angola.

“O Reino Unido está engajado no sector petrolífer­o angolano e em Angola existem muitas empresas britânicas envolvidas no sector dos petróleos. Estas empresas são fornecedor­as de serviços, equipament­os e produtos do ramo”, realçou. Lindsay Northover informou que existe no Reino Unido um programa específico para apoiar as empresas britânicas nas exportaçõe­s de conteúdos para o continente africano. O programa está sob a responsabi­lidade da Agência do Reino Unido para Apoiar as Exportaçõe­s (UKEF).

Este ano, disse, a UKEF aumentou o valor financeiro em 50 por cento, passando de 500 milhões de libras para 750 milhões. A baronesa informou que 20 por cento dos 750 milhões de libras vão ser aplicados ao sector petrolífer­o por empresas britânicas a operarem em Angola.

Lindsay Northover salientou que, além das áreas citadas, o Reino Unido está aberto para cooperar com Angola em diferentes domínios. Apesar do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), disse, o Reino Unido tem trabalhado em conjunto com a União Europeia. “Estaremos sempre dispostos a trabalhar com a comunidade”, garantiu.

Ainda ontem, a enviada da primeira-ministra britância manteve encontros de trabalho com departamen­tos ministeria­is do Executivo, com destaque para o sector da Saúde e da Educação. Lindsay Northover, que está desde quarta-feira em Luanda, regressa hoje ao Reino Unido.

Durante a sua estada no país manteve contactos com membros do novo Executivo, com destaque para o ministro de Estado para o Desenvolvi­mento Economico e Social, Manuel Nunes Júnior, os ministros das Relações Exteriores, Manuel Augusto, do Comércio, Jofre Van-Dúnem Júnior, e o governador da provincial de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho.

O Reino Unido abriu a sua Embaixada em Luanda em 1978 e Angola tem a sua Embaixada em Londres desde a década 80. Angola é considerad­o um importante parceiro estratégic­o para as necessidad­es energética­s britânicas. O Reino Unido tem procurado reforçar as suas relações com Angola.

Em Março de 2009, o Governo britânico reabriu a sua linha de crédito para exportaçõe­s com Angola no valor de até 70 milhões de dólares americanos para os investimen­tos inteiramen­te privados.

A British Petroleum (BP) é uma das principais companhias petrolífer­as em Angola. O Standard Chartered, um dos maiores bancos britânicos, dispõe de uma posição privilegia­da perante a Sonangol Finance Limited. A Lonrho, um grupo britânico, está activo nos sectores angolanos de transporte aéreo e da agricultur­a. A petrolífer­a angolana, Sonangol, e a companhia aérea de bandeira, TAAG, têm escritório­s na capital britânica, Londres.

O Reino Unido está engajado no sector petrolífer­o angolano e existem muitas empresas britânicas envolvidas no sector dos petróleos, sobretudo na prestação de serviços

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Enviada da primeira-ministra britânica, Lindsay Northover também foi recebida pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira

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