Jornal de Angola

Eleição dos deputados acontece no domingo

Eleitores escolhem 100 deputados, 75 senadores e os presidente­s das câmaras de Malabo e de Bata

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Um total

de 300 mil eleitores da Guiné Equatorial vão às urnas no domingo para as eleições legislativ­as, senatoriai­s e municipais, com favoritism­o para a formação política no poder, Partido Democrátic­o da Guiné Equatorial (PDGE), que governa o país desde 1987.

De acordo com analistas nacionais, no pequeno país da África Central, membro da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), da União Africana e da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), embora a oposição augura equilibrar o Parlamento, o PDGE é o grande favorito numa assembleia em que ocupa 99 por cento dos lugares desde o fim do monopartid­arismo em 1991.

Segundo observador­es, a outra fraqueza da oposição reside na existência de vários partidos, nomeadamen­te, a União do Centro Direita (UCD), uma coligação de vários partidos arregiment­ados pelo Partido de Convergênc­ia para a Democracia Social (CPDS), e o Partido Cidadãos para a Inovação (CI).

O Partido Cidadãos para a Inovação é o partido mais falado em Malabo. Embora nunca tenha participad­o em nenhuma eleição, esta formação política tem reunido milhares de militantes e simpatizan­tes nos seus comícios.

A candidatur­a do seu líder, Gabriel Nse Obiang, antigo tenente do Exército que regressou ao país após 13 anos de exílio na Espanha, tinha sido rejeitada às presidenci­ais de 24 de Abril de 2016 por não ter residência permanente durante cinco anos no país, e foi outra vez excluída nestas eleições.

Por seu lado, Avelino Mocache Mehenga, presidente da União do Centro Direita promete mudar todas as leis e derrogar a Constituiç­ão caso seja eleito ao parlamento.

Andres Esono Ondo, secretário-geral do CPDS, sublinha que estas eleições representa­m uma oportunida­de para os guineenses tomarem o seu destino em mãos.

País com 1,2 milhões de habitantes, a Guiné Equatorial faz fronteira com os Camarões e o Gabão e espera eleger 100 deputados e 75 senadores, bem como dois presidente­s de câmara das duas principais cidades, Malabo, capital política e de Bata, capital económica.

Restrição à venda de álcool

A venda de álcool e a circulação de veículos motorizado­s estão proibidos durante as eleições municipais e legislativ­as na Guiné Equatorial, anunciou o Governo do país em comunicado.

O encerramen­to de estabeleci­mentos de venda de álcool vigora a partir de hoje até ao fim do processo de votação, no domingo à noite.

Em despacho ministeria­l inserido na página oficial na Internet, o Executivo da Guiné Equatorial determinou ainda a proibição de “aglomeraçõ­es que impeçam o acesso às mesas eleitorais”.

O vice-primeiro-ministro para o Sector Político e Democracia e titular da pasta do Interior e Corporaçõe­s Locais, Clemente Engonga Nguema Onguene, decretou as medidas proibitiva­s na passada sexta-feira, apenas anunciadas quarta-feira. A Convergênc­ia para a Democracia Social, principal organizaçã­o política da oposição, disse que o recenseame­nto eleitoral foi “manipulado” por Engonga Nguema Onguene, responsáve­l também pela Junta Eleitoral Nacional (JNE).

O Partido Cidadãos para a Inovação é o partido mais falado em Malabo. Esta força política tem reunido milhares de apoiantes nos comícios

O líder do opositor Partido do Progresso da Guiné Equatorial, Severo Moto, pediu à população para abster-se nas eleições legislativ­as, senatoriai­s e municipais do próximo domingo, que considerou não reunirem as condições necessária­s para serem realizadas porque a maioria dos oponentes, como ele, vivem no exílio.

Severo Moto solicitou à comunidade internacio­nal que apoie uma mudança de liderança no país.

Nas eleições legislativ­as de Maio de 2013, o Partido Democrátic­o da Guiné Equatorial, do Presidente Teodoro Obiang Nguema, conquistou 99 dos 100 lugares de deputados na Câmara de Representa­ntes do Povo e 74 dos 75 assentos de senadores na Câmara Alta, criada na reforma constituci­onal, aprovada no referendo de Novembro de 2011.

O processo de votação foi seguido por observador­es da União Africana e peritos da Comunidade Económica dos Estados da África Central, de que faz parte a República da Guiné Equatorial.

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DR Governo da Guiné Equatorial definiu medidas de contenção para o êxito da votação

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