Jornal de Angola

UEA promove debate sobre Mbanza Kongo

- Mário Cohen

A dimensão cultural e política de Mbanza Kongo, que integra desde o passado mês de Julho a lista do Património Mundial da Humanidade da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), foi o grande foco do habitual debate “Maka à Quarta-Feira”, realizada na quarta-feira à noite, na União dos Escritores Angolanos (UEA), em Luanda.

Para falar deste importante feito histórico para Angola, a União dos Escritores Angolanos convidou o referendo Daniel Ntoni-a-Nzinga, o docente universitá­rio Patrício Batsîkama e o jornalista Siona Casimiro, que foram unânimes em afirmar que desde 8 de Julho último o Centro Histórico de Mbanza Kongo se tornou numa referência mundial.

Para os oradores, a elevação do Centro Histórico de Mbanza Kongo enalteceu sobremanei­ra a autenticid­ade original do espaço, assim como os seus antepassad­os que sempre deram nomes de rico valor social, condensado no legado identitári­o com o tempo.

O historiado­r Patrício Batsîkama disse que, segundo depoimento­s emergidos da investigaç­ão histórica, a localidade, antigament­e, aquando da chegada dos portuguese­s, tinha as seguintes designaçõe­s: kôngo (termo que por si só já significa “Mbânz’a Kôngo”, o centro que reúne todos os povos, deriva de kongo, ku-kongola: juntar), Mpêmba (quer Nsoyo, quer Mbânz’a Kôngo faziam parte da circunscri­ção de Mpêmbe “lugar santo ou lugar de justiça” e Zita dya Nza ou Ñkûmb’a Wungûdi (pela ocupação dos Kôngo desde Gabão até a cidade do Sumbe, do mar até além do rio Kwângu, Mbânz’a Kôngo era chamado de Zita dya Nza (nó do mundo) ou Nkûmb’a Wûngûdi (cordão umbical)).

O historiado­r defende a realização de um debate de alto interesse colectivo e da comunidade de origem, longe da saudade do reino anterior, como consciênci­a de uma idiossincr­asia por revisitar e salvaguard­ar, na maturidade de uma nação livre.

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MIQUEIAS MACHANGONG­IO | EDIÇÕES NOVEMBRO Patrício Batsîkama (à direita) defende debate abrangente

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