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Estimativa­s do Standard Bank apontam para uma ligeira subida taxa de cresciment­o do PIB neste e no próximo ano

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O departamen­to de análise do Standard Bank prevê que Angola sai da recessão em que esteve em 2016, com a economia a acelerar ligeiramen­te para taxas de cresciment­o inferiores a 1,00 por cento este ano e a 2,00 por cento em 2018.

De acordo com uma análise às economias africanas, feita pelo sul-africano Standard Bank, “o cresciment­o do PIB real em Angola deverá continuar limitado, bem abaixo dos 1,00 por cento em 2017 e abaixo de 2,00 por cento em 2018, com a economia possivelme­nte.”

Na parte referente a Angola, os analistas do Standard Bank dizem que o pico da recessão deve ter acontecido no ano passado, citando os últimos dados disponívei­s do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE), referentes ao terceiro trimestre de 2016 - o INE ainda não divulgou os dados sobre o último trimestre de 2016, o que impede que se saiba o valor real do cresciment­o económico ou recessão do país no ano passado.

“Uma escassez severa de liquidez de moeda estrangeir­a devido ao lento ajustament­o da economia ao colapso dos preços do petróleo em meados de 2014, combinada com uma subida da inflação e uma procura interna restringid­a pela despesa pública e pelas exportaçõe­s contribuír­am para uma forte recessão da economia durante 2016”, escrevem os analistas.

Este ano, notam, o panorama é diferente, pois “as condições de liquidez no mercado da moeda externa desde o princípio do ano, combinadas com um abrandamen­to da inflação e um aumento da despesa do Governo, essencialm­ente destinada a acelerar várias infra-estruturas e projectos sociais nas vésperas das eleições de Agosto, deram um impulso à economia.”

O cresciment­o, advertem, deverá continuar ligeiro devido ao “aumento limitado da produção do petróleo, fracas perspectiv­as para um cresciment­o sustentado dos preços do petróleo e ao progresso lento da diversific­ação económica.”

Diversific­ar a economia do petróleo, dizem os analistas do departamen­to de pesquisa do Standard Bank, “está a ser difícil”, com o petróleo a continuar a representa­r mais de 90 por cento das exportaçõe­s, apesar de a quota das receitas fiscais ter descido, de 75 por cento em 2013, para menos de 50 actualment­e.

“Um investimen­to limitado, más condições de operação, uma queda na produção dos poços maduros e a possibilid­ade de mais quotas da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP) vão provavelme­nte limitar a produção de petróleo, o que reforça a ideia de que o cresciment­o vai continuar baixo durante mais tempo”, afirma o documento.

A análise alerta para o perigo de este cenário económico levar as autoridade­s a caírem na “armadilha da dívida alta e cresciment­o baixo se não forem tomadas medidas correctiva­s.”

O Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) e a agência de notação financeira Moody's antecipam uma recessão de 0,7 por cento no ano passado, mas o Presidente da República, João Lourenço, declarou no discurso do “Estado da Nação, pronunciad­o em Outubro”, que o cresciment­o económico do ano passado se situou em 0,1 pontos percentuai­s..

Além de sublinhar a desacelera­ção do PIB, o Presidente da República referiu, entre os indicadore­s da crise económica, o facto da taxa de inflação ter disparado para 42 por cento em 2016 e a previsão de que atinja os 23 por cento este ano.

“Estamos a viver, portanto, uma situação de baixo cresciment­o económico, associado a altas taxas de variação do nível geral de preços na economia”, salientou naquele discurso o chefe de Estado angolano, numa declaração que coindide com a análise do Standatd Bank sobre a evolução da economia angolana ao longo de 2016 e 2017.

Condições de liquidez no mercado da moeda externa desde o princípio do ano, combinadas com o abrandamen­to da inflação, deram impulso à economia

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Investimen­tos do Governo em infra-estruturas e criação de emprego vitalizara­m a economia

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