Sophie e o Profeta...
A Arábia Saudita é o primeiro país do mundo a atribuir cidadania a um… robot. Errado estava quem pensou em algo diferente, em algo que tivesse vindo para engrandecer a humanidade.
A “humanóide” Sophia, que encantou os presentes na Iniciativa Investimento Futuro, em Riade. “Estou muito honrada e orgulhosa por esta distinção única”, declarou a humanóide, segundo a BBC. “É histórico ser a primeira robot do mundo a ser reconhecida com a cidadania”, acrescentou Sophia.
Para já, Sophia apareceu na conferência árabe sem qualquer lenço que o governo exige às suas cidadãs, pelo que não tardaram as críticas nas redes sociais. Sophia foi criada pela Hanson Robotics, cujo fundador tem reputação mundial pela semelhança humana (em termos de aspecto e atitude) que empresta aos seus robots. Além do seu aspecto, Sophia está a ser considerada notável por ter uma gama completa de expressões faciais, conseguir reconhecer rostos, ter conversas naturais e olhar o seu interlocutor nos olhos.
Em Março de 2016, numa apresentação no festival SXSM, o criador de Sophia perguntoulhe se queria destruir humanos, ao que ela respondeu: “Ok. Vou destruir humanos”.
Desta vez em Riade, a “humanóide” afirmou que quer usar a sua inteligência artificial para “melhorar a vida”. Oxalá fosse para melhorar condições das mulheres da Arábia Saudita, que bem precisam. Mas isso é outra conversa...
Pelos vistos, ao conceder a cidadania à primeira robot, o país terá pensado apenas nisso, em ser o primeiro, só depois devem ter reparado que o “humanóide” era de facto uma mulherzoide. Mas aí já era tarde...
Bem, de acordo com a Hanson Robotics, uma empresa chinesa, este e os seus futuros produtos robóticos serão usados como acompanhantes de idosos em lares de terceira idade, bem como servirão de assistentes em parques e eventos. É, pois, de pensar que estará aberta a época de caça.
Importará, sim, saber quem fica com a culpa. A “humanóide” ou o homem de carne e osso que for apanhado com ela? Tratando-se de um robot, ser-lhe-á imposta a charia? Será apedrejada, chicoteada, enforcada? Pelo mundo fica a dúvida sobre como reagirá Sophie ao ser julgada segundo as leis do país que lhe concedeu a cidadania. Sendo dotada de alta inteligência artificial, terá já carta de condução? Sendo considerada mulher, terá de conduzir acompanhada por um homem?
Gostaríamos de assistir a um diálogo entre a “humanóide” e um agente de trânsito. Do tipo: - “Sou Sophie, a robot”. “E eu sou o próprio Profeta!”
Mais: que países pode pedir asilo, sendo cidadã da Arábia Saudita?
Desta vez em Riade, a “humanóide” afirmou que quer usar a sua inteligência artificial para “melhorar a vida”. Oxalá fosse para melhorar condições das mulheres da Arábia Saudita, que bem precisam. Mas isso é outra conversa...
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