Dirigentes africanos têm de acabar com a ideia de que são insubstituíveis e o seu poder é eterno
Augusto Báfua Báfua, especialista em relações internacionais, lembra que o antigo Presidente nigeriano, Olusegum Obasanjo, alertou no inicio deste 2017 aos líderes africanos longevos. “Se não deixarem o poder, o poder vai deixar-vos”. Para Báfua Báfua, Robert Mugabe deu indícios de perder o controlo da situação quando o seu maior problema passou a ser primeiro a ex-vice-presidente Joyce Mujuro e agora o sucessor desta, Emmerson "Ngwena" Mnangagwa. Segundo o analista, cogitase que os militares exigem a (re)nomeação de Emmerson Mnangagwa como vice-Presidente da República e o pedido de demissão de Robert Mugabe, ficando deste modo “Ngwena” como Presidente interino e candidato da ZANUPF à Presidência da República já em 2018. As próximas horas vão dizer muito sobre o futuro a curto prazo do Zimbabwe, perspectiva Augusto Báfua Báfua.
Osvaldo Mboco, docente universitário, lembra que o Zimbabwe independente sempre foi governado por Robert Mugabe, e que nos anos 80 e 90 este era um dos países mais prósperos de África, com um nível de desenvolvimento invejável, um índice de desenvolvimento humano médio e um sistema de saúde e educação dos melhores em África.
O analista pede uma posição clara da União Africana e dos blocos regionais nos quais o Zimbabwe está inserido sobre a situação. O Zimbabwe, recorda, atravessa uma profunda crise económica, com 70 por cento da população a viver abaixo da linha da pobreza.