União Africana condena “o que parece um golpe de Estado” contra Robert Mugabe no Zimbabwe
O Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, condenou, na qualidade de presidente em exercício da União Africana, “o que parece um golpe de Estado” no Zimbabué e instou os militares a “submeterem-se à legalidade constitucional”, segundo um comunicado oficial. “A União Africana manifesta a sua grande preocupação em relação à situação em curso no Zimbabwe, onde manifestamente soldados estão a tentar tomar o poder pela força”, lê-se no comunicado da organização. A União Africana “condena com a maior firmeza o que parece um golpe de Estado e reitera o seu total apoio às instituições legais do país” e pede “aos militares que ponham imediatamente termo à sua ação e se submetam à legalidade constitucional”, acrescenta o texto. Robert Mugabe destacou-se como líder guerrilheiro contra o regime racista branco de Ian Smith, o líder da Rodésia. Em 1980 tornou-se primeiroministro, e permitiu a Ian Smith, o homem que o manteve preso por uma década, viver os últimos anos no Zimbabwe. Nos anos 80, sob sua direcção, a economia do Zimbabwe era uma das mais pujantes do continente. Com uma taxa de alfabetização de 90 por cento, o Zimbabwe era um exemplo para África.
Em 1981, Robert Mugabe recebeu o Prémio Internacional de Direitos Humanos da Universidade Howard em Washington e, em 1988, a ONU distinguiu -o pela sua luta contra a fome em África.
De lá para cá, a sua imagem perante a comunidade internacional mudou radialmente.