Jornal de Angola

Venda de divisas tem novas regras

Banco central fixa valor mínimo da aquisição de moeda estrangeir­a pelos operadores do sistema bancário comercial

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Um total de cinquenta mil dólares norte-americanos é o valor mínimo que cada banco comercial passa a receber por sessão de venda, para a cobertura de operações de particular­es e cartões de marca internacio­nal, anunciou o Banco Nacional de Angola. O banco quer transparên­cia na venda de divisas.

Um total de cinquenta mil dólares norte-americanos é o valor mínimo que cada banco comercial passa a receber por sessão de venda, para a cobertura de operações de particular­es e cartões de marca internacio­nal, anunciou sextafeira o Banco Nacional de Angola (BNA).

Em comunicado, o BNA declarou ter adoptado este critério pela necessidad­e de ajustar a metodologi­a e conferir transparên­cia à atribuição de moeda estrangeir­a aos bancos comerciais nas sessões de venda - é realizada um à quinta-feira de cada semana -, enquanto não é reposto o sistema de leilões.

O “plafond”, precisa o documento, apenas diz respeito à cobertura de operações privadas com viagens, ajuda familiar, saúde, educação, salários de trabalhado­res expatriado­s, remessa de dinheiro e cartões de marca internacio­nal.

O comunicado estabelece que o montante total das operações para essas finalidade­s é atribuído de acordo com a quota de mercado do segmento de particular­es de cada um dos bancos.

A quota de mercado é calculada com base nas variáveis de depósitos e crédito do segmento de particular­es de cada banco, utilizando os dados do fecho contabilís­tico do mês precedente.

Volume de transacçõe­s

Depois de bancos correspond­entes norte-americanos terem deixado de negociar dólares com o sistema bancário do país, o BNA transaccio­na unicamente em euros no mercado primário de câmbios.

Dados disponívei­s indicam que o Banco Naciomal de Angola disponibil­izou 384 milhões de euros em divisas aos bancos comerciais angolanos em Setembro, o valor mensal mais baixo em quase dez anos.

Este valor contrasta com os 1.003 milhões de euros de divisas que o banco central injectou só no mês de Agosto, mês em que Angola realizou eleições gerais, ou com o pico de 1.962 milhões de euros vendidos em Março e de 1.938 milhões de euros em Janeiro, ambos máximos de dois anos.

Entre Janeiro e Setembro, afirmam os números do BNA, os bancos comerciais compraram ao banco central mais de 9.070 milhões de euros em divisas, uma média superior a mil milhões de euros por mês.

Nos 12 meses de 2016, as vendas totais de divisas pelo banco central rondaram os 9.980 milhões de euros, equivalent­e a uma média mensal de 985 milhões de euros.

A forte injecção de divisas levou as Reservas Internacio­nais Líquidas (RIL) a caírem para 14,9 mil milhões de dólares - menos metade do valor contabiliz­ado antes da crise, no início de 2014 , de acordo com números publicados pela delegação do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) que na quarta-feira terminou uma missão a Angola.

As RIL são necessária­s para garantir a importação de alimentos, maquinaria ou matéria-prima para as indústrias e já perderam, em valor, desde Janeiro, mais de 5.700 milhões de dólares.

Além de operações de particular­es, o Banco Nacional de Angola vende, no mercado primário, divisas para cobrir operações dos organismos do Estado e para diversos pelouros ministeria­is ou sectores económicos, servindo, por via de regra, a importação de alimentos e de medicament­os, de peças de reposição dos concession­ários do ramo automóvel, as companhias aéreas e o sector dos hidrocarbo­netos.

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. VIGAS DA PURIFICAÇíO EDIÇÕES NOVEMBRO Banco Nacional de Angola impõe novas regras para conferir transparên­cia ao mercado

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