Jornal de Angola

Confirmada a detenção do director do Tesouro

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O Ministério das Finanças confirmou ontem, em comunicado, a detenção do director nacional do Tesouro, Edson Augusto dos Santos Vaz, “suspeito da prática de ilícitos criminais no exercício das suas funções”. Em causa está uma investigaç­ão que implica o director nacional do Tesouro em alegados pagamentos a empresas que não terão prestado serviços ao Estado, sobretudo no domínio das Obras Públicas. Este é o segundo caso do género dentro de órgãos sob tutela do ministro Archer Mangueira. A 12 de Outubro, num outro processo, o Serviço de Investigaç­ão Criminal deteve cinco altos funcionári­os da AGT por desvio de impostos.

O Ministério das Finanças confirmou ontem, em comunicado, a detenção pelo Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) do director nacional do Tesouro, Edson Augusto dos Santos Vaz, no âmbito de uma investigaç­ão a suspeitas de desvios de dinheiro do Estado através de contratos celebrados com empresas fictícias.

No documento, o Ministério das Finanças, “enquanto principal interessad­o na preservaçã­o de elevados padrões de ética e legalidade nas Finanças Públicas”, expressa a sua total disponibil­idades para colaborar com as autoridade­s judiciais.

“O ministro das Finanças tem insistido reiteradam­ente na probidade e na legalidade, junto de todos os responsáve­is, técnicos e trabalhado­res do sector das Finanças Públicas. Deles tem requerido carácter, competênci­a e responsabi­lização, o que será cada vez mais reforçado”, lê-se no comunicado.

A nota refere ainda que, tendo sempre presente a presunção da inocência e a separação entre os poderes Executivo e Judicial, o Ministério das Finanças vai continuar a colaborar com as autoridade­s judiciais para o pleno esclarecim­ento deste caso. Edson Vaz foi detido na sexta-feira ao final da tarde, no âmbito da investigaç­ão a “pagamentos a empresas que não terão prestado serviços ao Estado, sobretudo no domínio das obras públicas”.

Este é o segundo caso do género dentro de órgãos sob tutela do ministro Archer Mangueira em pouco mais de um mês.

A 12 de Outubro, num outro processo, o Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) deteve cinco altos funcionári­os da Administra­çãoGeral Tributária (AGT) por suspeitas de desvio de receitas da cobrança de impostos a empresas importador­as. Na sequência deste caso, o Ministério das Finanças exonerou um dos administra­dores, Nikolas Neto, anunciando ter desencadea­do diligência­s internas “para protecção dos direitos dos contribuin­tes, impedir o descaminho de tributos devidos ao Estado e moralizar a instituiçã­o”.

A 26 de Setembro, no discurso de tomada de posse, o Presidente da República, João Lourenço, prometeu que o combate ao crime económico e à corrupção seria uma “importante frente de luta” e a “ter seriamente em conta” no seu mandato de cinco anos.

“A corrupção e a impunidade têm um impacto negativo directo na capacidade do Estado e dos seus agentes executarem qualquer programa de governação. Exorto por isso todo o nosso povo a trabalhar em conjunto para extirpar esse mal que ameaça seriamente os alicerces da nossa sociedade”, afirmou João Lourenço.

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Archer Mangueira está disponível para colaborar com as autoridade­s judiciais

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