Jornal de Angola

Formações políticas levam contas à CNE

UNITA e CASA-CE atrasaram na entrega dos relatórios sobre as despesas feitas à Comissão Nacional Eleitoral

- Adelina Inácio

Os partidos políticos APN, FNLA, MPLA, PRS, UNITA e a coligação CASA-CE já prestaram contas à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) das verbas destinadas à campanha eleitoral. Cada formação política recebeu mil milhão e quarenta milhões de kwanzas.

Todos os partidos políticos e a única coligação de partidos políticos já prestaram contas à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) das verbas destinadas ao apoio às campanhas eleitorais.

Os partidos políticos APN, FNLA, MPLA, PRS, UNITA e a coligação CASACE receberam do Executivo a quantia de 1.000.040.00 ( mil milhão e quarenta milhões de kwanzas).

As formações políticas receberam igualmente do Executivo o montante de 1.528.000.000,00 (mil milhão e quinhentos e vinte e oito milhões de kwanzas) destinados ao pagamento dos subsídios dos delegados de listas efectivos, na proporção de 10.000,00 kz (dez mil).

A porta-voz da CNE confirmou, em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, que os partidos apresentar­am a este órgão os seus relatórios e contas, os comprovati­vos de todas as despesas e gastos durante o período da campanha eleitoral. Júlia Ferreira esclareceu que os partidos MPLA, PRS, FNLA e APN apresentar­am as contas dentro dos limites estabeleci­dos.

“Normalment­e, os partidos têm reclamado do prazo que está estabeleci­do para apresentaç­ão das contas”, disse a porta-voz da CNE.

A porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral reconheceu as dificuldad­es das formações políticas na entrega dos comprovati­vos, tendo sublinhado que os mesmos considerar­am 45 dias pouco tempo para a conclusão dos relatórios.

“As formações políticas considerar­am que os 45 dias é pouco tempo para apresentar as contas, porque esse tempo foi gasto mais para análise dos resultados eleitorais e preparação dos relatórios”, disse a porta-voz da CNE.

Depois da entrega das contas, a CNE vai fazer a verificaçã­o para aferir a regularida­de das contas. “Se as contas dos partidos e coligação de partidos não estiverem regulares, vão ser remetidos ao Tribunal de Contas, órgão com competênci­a para aferir a regularida­de das contas de todas as verbas do Estado “, disse.

A porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral lembrou que os partidos políticos e coligação de partidos têm também outras obrigações impostas pela lei que devem cumprir. Em relação à propaganda política, Júlia Ferreira reconheceu que em algumas zonas já se verifica a ausência de propaganda­s. A jurista destacou como exemplo o Rocha Pinto, em Luanda, uma zona que durante todo o período eleitoral esteve engalanada de propaganda dos partidos políticos e coligação de partidos concorrent­es.

A porta-voz disse que, no rigor, a CNE, enquanto órgão de fiscalizaç­ão, não andou pelas ruas atentament­e para constatar quais das formações políticas ainda deixou propaganda eleitoral nas ruas.

Os partidos considerar­am que os 45 dias é pouco tempo para prestar contas por estar ainda dentro do prazo de balanço dos resultados eleitorais

A UNITA e a CASA-CE apresentar­am as suas contas fora do prazo, de acordo com Júlia Ferreira.

A administra­dora eleitoral da UNITA, Albertina Navita Ngolo, esclareceu que, de acordo com a lei, o período de apresentaç­ão das contas começa com a publicação em Diário da República dos resultados finais eleitorais.

A também vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA justificou que este período começou a contar no dia 14 de Setembro. “Foi exactament­e esse trabalho que fizemos com todas as unidades orçamentai­s no país e recolhidos todos os relatórios”, disse, reconhecen­do o atraso de dois dias para o período estabeleci­do pela CNE.

O vice-presidente para os assuntos políticos e eleitorais da CASA-CE, Manuel Fernandes, disse que “o rigor da CNE exige comprovati­vos, logo, para além do relatório e das contas que devem ser anexados, juntamos também facturas” que comprovam a aplicação dos respectivo­s fundos.

“Tivemos casos em que não foi fácil obter o respectivo comprovati­vo. Fomos a alguns fornecedor­es que atrasaram com as facturas”, disse.

 ??  ?? SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Porta-voz da CNE reconheceu as dificuldad­es dos partidos na entrega de comprovati­vos
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Porta-voz da CNE reconheceu as dificuldad­es dos partidos na entrega de comprovati­vos

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola