O regresso de Mnangagwa duas semanas depois da expulsão
Emmerson Mnangagwa, de 71 anos, regressou ao Zimbabwe duas semanas depois de se exilar na África do Sul, na sequência de ter sido demitido do cargo de Vice-Presidente da República por Robert Mugabe.
A sua demissão foi entendida como uma forma de Robert Mugabe aplanar o caminho para que Grace Mugabe no congresso de Dezembro pudesse assumir um papel de maior relevo e ser indicada pela ZANU-PF como cabeça de lista para as eleições de 2018.Foi para contrariar isso que os militares resolveram avançar e obrigar a classe política a assumir-se e a repor a legalidade constitucional, numa atitude que chegou a roçar à ilegalidade.
A partir de amanhã Emmerson Mnangagwa terá a difícil missão de pegar num país que tem a sua economia de rastos e resgatar a esperança dos zimbabweanos de que é possível vencer a crise e regressar a tempos não muito recuados, quando o país era o “celeiro de África”.
Outra missão é de garantir que Robert Mugabe veja cumpridas todas as alíneas que constam do documento que assinou e com o qual abriu caminho a uma transição política mais tranquila e longe do rótulo de “golpe de Estado”.
A comunidade internacional, sobretudo a SADC, tem um importante papel a desempenhar para que Mugabe possa ter a tranquilidade de que precisa para assistir à rectificação de algumas das desastrosas medidas que decidiu aplicar e que tão mal causaram ao seu país.