Preço do cimento está mais baixo no Bengo
Ministra prevê substituição das importações apenas com competitividade baseada no preço e na qualidade
Os preços de alguns materiais de construção baixaram na segunda quinzena do mês de Novembro, nos mercados informais da cidade de Caxito, Bengo, o que impulsiona as aquisições e obras no mercado da construção civil, noticiou ontem a Angop.
A agência constatou que o preço do saco de cimento de 50 quilos está a 2.350 kwanzas, diante de preços situados entre 2.500 e três mil kwanzas em Outubro, e que o do bloco de 12 centímetros caiu para cem kwanzas, contra os 120 anteriores.
O preço do bloco de 15 centímetros baixou para 125 kwanzas, menos 15 menos que em Outubro, enquanto o de 20 centímetros reduziu para 135 Kwanzas, contra os 150 kwanzas do princípio deste mês.
Outros preços mantêm uma relativa estabilidade, como o da chapa de zinco de três e de seis metros de comprimento, que é vendida a 2.500 e 4.500 kwanzas, contra os 2.250 e 4.250 anteriores.
Os varões de ferro de 12 e dez milímetros continuam a ser comercializados a dois mil e 1.700 kwanzas.
A agência escreveu que a redução dos preços dos materiais de construção, com excepção do cimento, deve-se ao aumento da oferta destes produtos nos principais mercados de Luanda, principais fontes de abastecimento da província do Bengo.
O funcionário público António Ferreira disse que mesmo com esta ligeira redução, não está a ser fácil construir nesta fase, devido às condições financeiras que continuam a adiar projectos individuais e empresariais.
Vendedor de cimento há mais dois anos, João David atribuiu a ligeira baixa do preço do cimento à retoma do funcionamento de fábricas em Luanda e Cuanza Sul.
Vitória Cristina, vendedora de chapas de zinco e varão, disse que a fraca procura, consubstanciada na crise financeira, causou a redução dos preços.
Menos importações
Ao discursar, terça-feira, no 2º Seminário da Associação das Indústrias de Materiais de Construção de Angola, a ministra da Indústria declarou que o país só substituirá a importação com a utilização da capacidade produtiva nacional e quando os produtos nacionais forem competitivos em qualidade e em preço.
A ministra lembrou que o Plano Intercalar do Governo, cuja vigência vai de Outubro deste ano a Março de 2018, faz referência à produção de materiais de construção.
Redução dos preços dos materiais de construção é atribuída ao aumento da oferta nos principais mercados de Luanda
Bernarda Martins considerou a competitividade industrial como fundamental, mas que dependerá do enquadramento legislativo e das normas e procedimentos que serão aplicadas em matéria dos sistemas de licenciamento industrial, qualidade, normalização, certificação e acreditação, garantia da defesa da propriedade industrial e intelectual e do funcionamento eficaz da inspecção industrial.
O fomento das exportações angolanas, segundo Bernarda Martins, é uma orientação do Executivo que fica ameaçada com a falta de competitividade, por esta constituir um impedimento à criação de uma cultura empresarial.
O Plano Intercalar estabelece a utilização das capacidades instaladas pelo tecido industrial, priorizando as actividades que se inserem nas principais cadeias produtivas, com realce para a produção de materiais de construção, declarou.
Bernarda Martins recomendou às associações industriais e outros representações do empresariado a preocuparem-se com os inúmeros problemas e constrangimentos que as afectam e penalizam no dia-a-dia no contexto actual da sociedade angolana.
Com a duração de um dia, o encontro abordou temas como a Normalização e Qualidade, Normas e regulamentação da construção, assim como apresentações do Instituto Angolano de Normalização e Qualidade (Ianorq) e do Laboratório de Engenharia de Angola (LEA).