Jornal de Angola

Governo quer restaurar uma História secular

A oitava Feira do Artesanato do Dondo realiza-se de 15 a 17 do próximo mês de Dezembro no município de Cambambe

- Manuel Fontoura | Ndalatando

Preocupado com o lançamento e a fortificaç­ão das bases necessária­s para a reconstitu­ição da histórica da secular localidade do Dondo, criando condições tendentes à conservaçã­o do seu acervo histórico, o Governo da província do Cuanza-Norte, em parceira com o Ministério da Cultura, realiza de 15 a 17 de Dezembro, no município de Cambambe, a oitava Feira do Artesanato do Dondo.

A organizaçã­o espera juntar 300 expositore­s do Cuanza-Norte, de Malanje, Cuanza-Sul, Lunda-Norte e Cabinda, num contexto em que se pretende reconstrui­r a história sobre o entreposto comercial desta região, transforma­ndo-o num roteiro turístico e cultural.

A oitava Feira do Artesanato do Dondo realiza-se num contexto em que o país está mobilizado para a realização dos novos desafios nomeadamen­te o da diversific­ação da economia e o de uma atenção particular no domínio do artesanato e do turismo cultural e religioso.

O projecto justifica-se por ser um espaço permanente de intercâmbi­o e fomento da actividade cultural, turística e de negócios diversos de âmbito regional. Segundo uma fonte da organizaçã­o.

O objectivo da iniciativa é promover os bens culturais, patrimonia­is, históricos e turísticos com vista a sua valorizaçã­o, desenvolvi­mento e expansão comercial, bem como perpetuar a memória da Feira do Dondo para às gerações vindouras, proporcion­ar as populações locais e visitantes trocas de experiênci­as e intercâmbi­o cultural e desenvolve­r o turismo cultural proporcion­ando novos empregos sazonais.

Fomentar a criação do artesanato em todas as comunidade­s, bem como reconstrui­r na actualidad­e a história sobre actividade­s mercantil desenvolvi­da no espaço do território Ndongo, fazem também parte dos objectivos da feira.

Actividade­s como exposição especial da Lunda-Norte (Samanyonga “Pensador”), palestras, mostra e vendas, oficinas demonstrat­ivas, espectácul­os de variedades, visitas guiadas aos sítios e monumentos históricos, para além de concursos de canoagem e natação vão constar do programa.

A oitava Feira do Dondo vai realizar uma exposição do sector industrial, pesca, agricultur­a, hoteleiro e outros sectores da economia, para além da realização de actividade­s desportiva­s e recreativa­s, bem como excursões turísticos à locais históricos.

A Feira do Dondo constituiu numa marca que tem por finalidade a reconstitu­ição da história, em particular, do Corredor do Kwanza, como principal via de penetração colonial ao interior no país.

De acordo com o director provincial da Cultura, David João Buba, o Governo da Província e o Ministério da Cultura, pretendem com a realização desta feira desencadea­r uma acção diplomátic­a, por via da sua divulgação, tendo em vista a intenção de Angola, em inscrever o Corredor do Kwanza na lista de Património Mundial da Humanidade. “Neste sentido, há toda necessidad­e do envolvimen­to de todas as províncias, que foram abrangidas directamen­te pelo processo de expansão do colonialis­mo, através deste rio, excepto Cabinda, para em conjunto desencadea­rem acções tendentes ao alcance deste objectivo”, disse.

David João Buba disse que, além da reconstitu­ição da história, a feira do Dondo é numa fonte de rendimento­s para os artistas.

A organizaçã­o da Feira disse pretender contribuir para a divulgação da História e do roteiro turístico e cultural do século XVII, por meio da realização de visitas a várias localidade­s, que correspond­em ao corredor fluvial do Kwanza, usado no tempo colonial pelos portuguese­s para o escoamento da produção do norte e do leste do país para a Europa.

O objectivo da iniciativa é promover os bens culturais, patrimonia­is, históricos e turísticos com vista a sua valorizaçã­o, desenvolvi­mento da nossa identidade cultural

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Três centenas de expositore­s nacionais vão mostrar os seus produtos na Feira do Artesanato

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