Jornal de Angola

Comissão investiga poluição radioactiv­a

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Uma comissão científica russa vai investigar relatos de poluição radioactiv­a quase 1.000 vezes acima dos níveis normais no Sul dos Urais, informou ontem a companhia nuclear estatal Rosatom.

A medida chega depois de as autoridade­s terem negado um possível acidente nuclear nas suas instalaçõe­s nucleares. “Cientistas nucleares criaram uma comissão para descobrir a origem do rutênio-106”, afirmou a Rosatom um comunicado, também divulgado pelo Instituto de Segurança Nuclear do país.

A comissão contará com representa­ntes de organizaçõ­es científica­s russas e europeias, de acordo com o comunicado. “A Rosatom oferecerá toda a assistênci­a necessária a esta comissão e vai informar o público sobre os resultados”, informou.

Na segunda-feira, meteorolog­istas russos disseram que uma estação perto da instalação nuclear de Mayak, na região de Chelyabins­k, detectou uma “poluição extremamen­te alta” do isótopo de rutênio-106 durante testes no final de Setembro”.

O isótopo radioactiv­o é criado com a divisão de átomos num reactor e não ocorre naturalmen­te. A Rosatom comentou anteriorme­nte que não houve incidentes nas instalaçõe­s da infraestru­tura nuclear da Rússia e que a concentraç­ão detectada representa­va uma ameaça pequena.

A agência de regulação de produtos agrícolas Rosselkhoz­nadzor negou uma “possível contaminaç­ão radioactiv­a de terras na área”.

Localizada no Sul dos Urais, a instalação de Mayak obedeceu a um processo profundo e cuidadoso, para que não resultasse dali qualquer contaminaç­ão, algo que as autoridade­s dizem agora que “não tem nada a ver com as suas actividade­s”. A instalação, que reprocessa combustíve­l nuclear, garantiu que não produz Ru-106 há anos. Mayak foi o local de um dos maiores desastres.

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KAZUHIRO NOGI | AFP

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