Trabalhadores da TCUL exigem salários atrasados
Trabalhadores exigem pagamento de salários em atraso, há dois meses, subsídios de diuturnidade e de alimentação
Alguns membros do Conselho de Administração cessantes da TCUL foram vaiados e apupados, ontem, pelos trabalhadores da empresa, que ao mesmo tempo paralisaram as suas actividades, na presença do ministro dos Transportes, Augusto Tomás, apurou o JA no local. Com os ânimos exaltados, os trabalhadores da TCUL exigem o pagamento de seus salários em atraso, há dois meses, e subsídio de alimentação que não recebem há 22 meses, estando ainda em causa o não cumprimento das diuturnidades e das qualificações profissionais, incluindo avaliações e contagem de tempo para a reforma. Na ocasião, os trabalhadores exibiram cartazes exigindo o pagamento dos seus salários em atraso. "Paguem os nossos salários, com diuturnidade e respeitem os trabalhadores", lê-se num dos cartazes, em letras garrafais. Em finais de 2015, os trabalhadores da TCUL entraram em greve geral de quase dois meses, onde reclamavam nove meses de salários em atraso e outras reivindicações, situação que só veio a ser resolvida em 2016 e de forma faseada. Na TCUL, o ministro dos Transportes procedeu à apresentação de novos membros do Conselho de Administração nomeados recentemente e reconheceu que existem problemas de equilíbrio na empresa a nível económico e financeiro, derivado de várias situações de gestão interna. Em 2008 a TCUL recebeu 640 autocarros, dos quais circulam pouco menos que 50, razão pela qual levou o ministro dos Transportes a reflectir sobre a situação interna da empresa do ponto de vista técnico e operacional. Augusto Tomás recomendou ao novo Conselho de Administração, no sentido de adoptar um modelo de gestão participativa, enquadrando os trabalhadores representados pelos seus sindicatos para que os mesmos participem de forma activa em cada momento da empresa. O ministro garantiu que o Executivo vai trabalhar para encontrar soluções para resolver os problemas do sector dos transportes públicos, em particular as tarifas diárias.
Nova tarifa de transportes
A tarifa no valor de 50 Kwanzas, praticada actualmente pela TCUL, não satisfaz os interesses da empresa e já está vencido há 12 anos, e deve ser reajustada para 100 Kwanzas, disse o representante do sindicato da empresa, Octávio Francisco. O sindicalista disse que a questão da tarifa praticada no sector não se adequa aos custos operacionais, na medida em que para se fazer a cobertura das necessidades operacionais da empresa, o preço da passagem deve subir, no mínimo, para 100 Kwanzas. O novo Presidente do Conselho de Administração vai capitalizar a sua atenção na área técnica, avaliando o estado técnico dos meios rolantes, os motoristas, cobradores, inspectores, mecânicos e outros. Abel Cosme prometeu a refundação da TCUL. Ao mesmo tempo anseia recuperar boa parte da frota de autocarros avariados e os que não for possível serão aproveitados para extracção das peças.
os trabalhadores exibiram cartazes exigindo o pagamento dos seus salários em atraso. “Paguem os nossos salários, com diuturnidade e respeitem os trabalhadores”, lêse num dos cartazes, em letras garrafais