Richard McLaren fala em pena mais pesada
Richard McLaren, o autor do relatório que expôs a dopagem institucionalizada na Rússia, previu que o país pode enfrentar sanções ainda mais duras se continuar a negar as evidências.
"Às vezes, interrogo-me se eles leram verdadeiramente o relatório", ironizou o advogado canadiano, quando questionado por jornalistas durante a sua intervenção na conferência internacional sobre a integridade no desporto "Play the game", em Eindhoven, na Holanda.
As declarações de McLaren surgem na sequência das afirmações dos investigadores russos, que ontem defenderam que o antigo chefe do laboratório antidopagem de Moscovo, Grigori Rodtchenkov, responsável pelas primeiras revelações sobre o caso e actualmente refugiado nos Estados Unidos, distribuiu por conta própria produtos dopantes e manipulou os testes. As conclusões dos investigadores russos refutam qualquer participação do Estado num sistema de dopagem organizado.
"Na posição em que ele está hoje, penso que seria extremamente perigoso mentir", argumentou o canadiano, recordando que, ao fazê-lo, Rodtchenkov arriscaria ser expulso dos Estados Unidos e ter de regressar ao seu país, onde é “persona non grata”.
Moscovo sempre rejeitou a dimensão institucional do sistema de dopagem destapado pelo relatório McLaren, que, no final de 2015, revelou a existência de uma rede que envolvia várias instituições governamentais, com a participação dos serviços secretos daquele país.