Jornal de Angola

Tropas angolanas chegam ao Lesoto

Ministro da Defesa Salviano de Jesus Sequeira presidiu ontem ao acto de despedida do contigente militar angolano

- Adelina Inácio

Uma companhia de infantaria do batalhão de apoio à paz das Forças Armadas Angolanas deixou ontem Luanda com destino ao Lesoto, no quadro da Força de Alerta da SADC. O contingent­e angolano vai juntar-se a militares da África do Sul, Namíbia e Swazilândi­a.

Um grupo de militares angolanos partiu ontem para o Reino de Lesoto, onde vai participar numa missão de paz com vista à estabilida­de daquele país da região austral do continente. Trata-se de um contingent­e do batalhão de apoio à paz, na composição de uma companhia de infantaria, enviado ao Lesoto no quadro da Força de Alerta da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC).

O ministro da Defesa Nacional, Salviano de Jesus Sequeira, afirmou que Angola, na qualidade de presidente do Órgão para a Política, Defesa e Segurança da SADC, integra a referida missão, contribuin­do assim para a estabilida­de política e de segurança no Lesoto, país que vive uma situação de instabilid­ade político-militar, depois do assassinat­o do então chefe das forças de defesa e segurança.

Salviano de Jesus Sequeira, que presidiu ao acto de despedida do contingent­e militar, afirmou que o Lesoto enfrenta uma situação político-militar delicada, que requer a solidaried­ade institucio­nal e o apoio de todos os Estados-membros da SADC, para a sua normalizaç­ão.

O ministro lembrou que Angola também beneficiou da solidaried­ade de outros países, na luta pela conquista da sua liberdade e afirmação no concerto das nações. Por isso, disse, agora também está disponível a colaborar nos esforços para o alcance da paz e de um ambiente que propicie o desenvolvi­mento.

Salviano Sequeira disse ser neste âmbito que os países membros da SADC decidiram criar a missão de prevenção para o Lesoto, integrada pelas componente­s militar, policial e civil, a fim de cumprirem com o mandato que, dentre outros, tem como objectivo apoiar na consolidaç­ão da paz e segurança daquele país.

Esta é a primeira missão de operações de apoio à paz que Angola cumpre no quadro de uma organizaçã­o regional, no âmbito da Carta das Nações Unidas. O ministro da Defesa Nacional pediu aos militares para honrarem a nação com o mais elevado sentido do dever, observando o rigor, a competênci­a, o espírito de entre-ajuda e disciplina. A ideia, segundo Salviano de Jesus Sequeira, é que, no final da missão, o país se orgulhe do efectivo cumpriment­o da missão.

O comandante do contingent­e angolano, brigadeiro Sabino Saara, assegurou que Angola vai prestar o seu apoio na estabilida­de do Lesoto. O oficial general, que é igualmente o comandante de todo o contingent­e da SADC, disse que as tropas vão para uma missão de seis meses renováveis.

A tropa angolana, composta por 164 efectivos, está preparada para o desafio, que passa por restabelec­er a situação no Lesoto. “Vamos cumprir com algumas questões técnicas militares no que diz respeito à reestrutur­ação das forças de defesa do Lesoto, assim como cooperar com outras organizaçõ­es não governamen­tais no que concerne ao apoio humanitári­o”, garantiu Sabino Saara.

Novos oficiais generais

Antes da despedida da tropa, o ministro da Defesa Nacional presidiu à cerimónia de tomada de posse dos oficiais-generais nomeados recentemen­te pelo Presidente da República, na qualidade de Comandante­em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA).

Salviano de Jesus Sequeira disse que a nomeação dos generais acontece numa altura em que o país regista o início de um processo dinâmico de transforma­ções políticas e institucio­nais, que exigem de todos uma actuação mais comprometi­da com o combate à impunidade, nepotismo e à corrupção na gestão dos recursos das FAA.

O ministro pediu aos empossados e promovidos para assumirem as suas responsabi­lidades, consciente­s das exigências e transforma­ções em curso em todos os sectores do país.

Participar­am no acto os secretário­s de Estado para a Política de Defesa Nacional e para os Recursos Materiais e Infra-Estruturas, almirantes, comandante­s do Exército, Força Aérea Nacional e da Marinha de Guerra Angolana e o inspector-geral da Defesa Nacional, entre outros.

O Lesoto enfrenta uma situação político-militar delicada, que requer a solidaried­ade institucio­nal e o apoio de todos os Estados-membros da SADC, para a sua normalizaç­ão

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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Militares integram a Força de Alerta da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral

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