Jornal de Angola

Fim de fronteiras com África do Sul

- João Dias

Os acordos de isenção de vistos em passaporte­s ordinários entre Angola e a África do Sul e Moçambique entram hoje em vigor, anunciou ontem, em comunicado, a Casa Civil do Presidente da República. Os dois diplomas já foram publicados em Diário da República.

Os cidadãos de Angola e da África Sul portadores de passaporte­s ordinários podem viajar sem restrições para um e outro país, a partir de hoje, no quadro do acordo de isenção de vistos em passaporte­s ordinários assinado entre os governos dos dois países.

O acordo foi rubricado entre os governos de Angola e da África do Sul no passado dia 24 deste mês, em Pretória, no âmbito da visita de Estado efectuada àquele país pelo Presidente da República, João Lourenço.

O documento foi aprovado pelo Conselho de Ministros, na sua sessão de terça-feira, assinado no mesmo dia pelo Presidente da República e publicado quarta-feira em Diário da República.

Começa igualmente a ter efeitos práticos, a partir hoje, 1 de Dezembro, o acordo sobre isenção de vistos em passaporte­s ordinários entre Angola e Moçambique, concluído a 17 de Novembro, em Luanda, depois de assinado pelo Presidente da República e a sua publicação, quarta-feira, em Diário da República.

Assim, a partir de hoje, os cidadãos angolanos portadores de passaporte­s ordinários válidos podem viajar sem restrições para Moçambique ou África do Sul, com direito a permanecer­em por um período de 30 dias. De igual modo, os cidadãos moçambican­os e sul-africanos podem viajar para Angola sem quaisquer restrições, por um período de até 30 dias.

De acordo com uma nota da Casa Civil do Presidente da República, distribuíd­a ontem, Angola considera que a isenção de vistos em passaporte­s ordinários constitui um acto promotor do incremento da mobilidade e da dinamizaçã­o dos fluxos migratório­s, de investimen­to e de turismo entre os países, aprofundan­do as relações diversas entre os povos.

TAAG prevê taxas máximas

A TAAG prevê para os próximos meses atingir as taxas máximas de ocupação dos voos da companhia de bandeira com destino à África do Sul e vice-versa, dos actuais 80 por cento para o tecto dos 100 por cento.

A projecção é justificad­a pela efectivaçã­o da medida bilateral de isenção de vistos nos passaporte­s ordinários dos cidadãos dos dois países, que hoje entrou em vigor. Antes da isenção dos vistos e por força da crise económica e financeira, na época de pico, a taxa de ocupação situavase nos 80 por cento, o que correspond­e a 170 passageiro­s de um universo de 210.

O director Comercial da TAAG, Manuel Calçada, olha para a medida com expectativ­a. Sublinha que a companhia vai desenvolve­r parcerias com entidades sulafrican­as e proceder a assinatura de acordo “code share” com a SA, para ligar os dois países. Além disso, prevê também a assinatura de acordos SPA (aumento de destinos pela TAAG através de outras companhias).

Manuel Calçada acrescento­u que com um acordo code-share “vamos poder alargar os destinos da companhia”, mas também pensar naquilo que deve ser, no futuro, a deslocação do mercado sul-africano para Angola ou por Angola.

“As nossas taxas de ocupação são elevadas em muitas rotas. No caso da África do Sul ainda temos tido muito espaço de cabine por ocupar. E é com esta facilitaçã­o de vistos que pensamos atingir o nível máximo de taxa de ocupação nas rotas que têm a ver com este mercado”.

O director comercial da TAAG afirma que ao alargar os destinos, a companhia estará a facilitar de forma directa os passageiro­s. “A isenção dos vistos representa um passo importante, não só para o desenvolvi­mento da TAAG, mas também para o desenvolvi­mento do turismo em Angola”, realçou.

Manuel Calçada confirma que a parte sul-africana está receptiva e disponível para ajudar a promover o tráfego entre os dois países e estendêlo para outros. “Esta facilitaçã­o vai permitir-nos trazer passageiro­s da África do Sul que possam permanecer e ter oportunida­de de conhecer alguns pontos de interesse em Angola”. Por enquanto, da parte dos consumidor­es angolanos não foram registados movimentos dignos de nota, na medida em que “vivemos num mercado que gosta de ver para crer”.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO TAAG projecta ocupação máxima nos voos para África do Sul

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