MUNDIAL DE ANDEBOL
“Sete” nacional joga com a Espanha
Vinte e sete anos depois da sua estreia em campeonatos do Mundo, Angola continua a ser uma adversária imprevisível, exigindo algum cuidado, mesmo da parte das nações mais poderosas da modalidade.
A excelente campanha da Selecção Nacional nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, reforçou o estatuto das Pérolas de África que em 2007, em França, tiveram o melhor registo, em treze mundiais até aqui disputados, conseguindo o sétimo posto da classificação geral.
Desde 1990, data da primeira participação angolana, o estatuto das Pérolas de África cresceu a olhos vistos. Na prova conjunta entre a Áustria e a Hungria, em 1995, o combinado nacional deixou definitivamente o último posto da classificação geral.
Em Itália, no ano de 2001, pela primeira vez, sob a orientação de um treinador estrangeiro (o búlgaro Pavel Dhznev), a vitória sobre a Roménia (28-27) e as derrotas tangenciais ante a Hungria (23-24) e a Espanha (28-29) mostraram ao Mundo um novo competidor.
Em 2009, na China, o português Paulo Pereira conduziu as campeãs africanas ao 11º posto, numa prova onde as vitórias sobre a Ucrânia (28-20) e a Dinamarca (28-23) foram destaque. Na mais recente campanha mundialista, sob a liderança de um treinador estrangeiro (o também português João Florêncio), em 2015, na Dinamarca, a prestação da equipa nacional esteve aquém do esperado, com derrotas ante a Suécia (23-37) Holanda (24-37) e Polónia (27-29).
Porém, o derradeiro indicador remonta do ano passado. Em Agosto de 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Angola derrotou a Roménia (23-19) e Montenegro (27-25), consentindo depois derrotas diante da Noruega (20-30), Brasil (2428) e Espanha (22-26). Nos quartos-de-final, as representantes africanas perderam com a Rússia por 27- 31.
Para a vigésima terceira edição da prova que a Alemanha acolhe, a partir de amanhã, as campeãs africanas entram para a quadra lideradas por um treinador de topo.
Serão orientadas, pela primeira vez, por um técnico campeão do Mundo, à frente de uma selecção não europeia (Brasil, em 2013, na Sérvia). Este facto por si só aumenta a expectativa de ver Angola a desafiar, uma vez mais, o poderio dos países do velho continente no andebol mundial.
Porém, a tarefa de Morten Soubak e pupilas não será fácil. Num grupo com apenas um oponente não europeu, as representantes africanas terão que jogar quatro partidas no limite do seu esforço físico e mental, prevendose que apenas a frágil formação do Paraguai não cause muito desgaste.
O "sete" nacional começa a sua décima quarta campanha mundialista ante a Espanha, uma oponente que há muito figura entre as melhores selecções femininas da Europa. Depois de um longo período sob a orientação de Jorge Duenas, as espanholas são agora comandadas por Carlos Viver. Morten Soubak assumiu as dificuldades esperadas ante as espanholas, mas valoriza a partida de estreia, onde tudo pode acontecer.
Cerca de 24 horas depois, o combinado nacional defronta a França, num desafio onde a componente física será determinante, não só pela intensidade imposta pela formação gaulesa, mas também pelo pouco tempo de recuperação entre ambos os jogos. O resultado desfavorável a Angola, no jogo de controlo disputado na última quarta-feira (18-30), sugere um claro favoritismo da actual vice-campeã olímpica.
A primeira pausa acontece no dia 4 e a Selecção Nacional volta à quadra a 5 de Dezembro para enfrentar a Eslovénia, selecção com a qual perdeu por 25-31, no recente torneio de Paris. As duas últimas partidas da primeira fase estão agendadas para 7 e 8 de Dezembro contra a Roménia e o Paraguai.
A tarefa de Morten Soubak e pupilas não será fácil. Num grupo com apenas um oponente não europeu, as representantes africanas terão que jogar quatro partidas no limite do seu esforço físico e mental, prevendo-se que apenas a frágil formação do Paraguai não cause muito desgaste