Jornal de Angola

Observatór­io defende independen­tes na CNE

- Edna Dala

O Observatór­io Eleitoral Angolano (ObEA) defende uma reestrutur­ação da composição da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que garanta a representa­tividade da sociedade e assegure uma taxa mínima de 30 por cento de mulheres.

No relatório final da observação das eleições gerais de 23 de Agosto, apresentad­o segunda-feira, em Luanda, o ObEA recomenda que se avalie a nomeação de indivíduos independen­tes e conhecidos pela sua integridad­e no seio da sociedade.

Ao Parlamento, recomenda a constituiç­ão de uma comissão que trate dos assuntos relativos à nomeação e demissão dos membros da CNE que garanta maior imparciali­dade, responsabi­lidade e transparên­cia face aos partidos políticos e coligações de partidos políticos que o tenha indicado, cujo mandato não deve ser superior a três anos renováveis por critérios de avaliação de desempenho e de idoneidade pública.

O observatór­io recomendou ao Governo, através dos ministério­s das Finanças e do Planeament­o, para incluir na estrutura de preparação, elaboração e aprovação do OGE um tipo de despesa de natureza pragmática de apoio aos processos eleitorais, onde ficam consolidad­as todas as despesas das eleições atribuídas aos distintos órgãos do Governo, CNE e Tribunal Constituci­onal, para maior sustentabi­lidade financeira e transparên­cia pública nas contas do Estado.

O relatório defende ainda que a CNE deve ser adequadame­nte financiada em anos eleitorais, com atenção particular para o financiame­nto dos partidos políticos e um apoio financeiro às ONG nacionais, em particular, durante todo o ciclo eleitoral. O documento reconhece que todas as operações na mesa de votação foram feitas manualment­e, como a verificaçã­o das urnas e colocação dos selos, descargas no caderno eleitoral, votação, cotagem e a elaboração das actas das operações e sínteses.

No seu entender, este tipo de procedimen­to contribuiu para a transparên­cia das operações eleitorais nas assembleia­s de voto e da aceitação dos resultados pelos delegados de lista na maioria das assembleia­s de voto.

O relatório recomenda também que à CNE cabe mapear e divulgar os locais dos centros de contagem e apuramento e regular o acesso público para os candidatos, delegados de lista, observador­es, jornalista­s e do público para garantir a aceitação dos resultados das eleições.

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JOSÉ SOARES Jurista Luís Jimbo chefiou missão de observador­es do ObEA

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