Paulo de Almeida defende reestruturação da Polícia
Segundo comandante-geral da Polícia Nacional acentuou que a corporação tem de ter estruturas de fiscalização competentes
A Polícia Nacional precisa urgentemente de reestruturação para fazer frente, com recurso aos avanços tecnológicos e científicos, ao aumento de comportamentos cada vez mais criminalizantes de nacionais e estrangeiros, declarou, ontem, em Luanda, o segundo comandante-geral da corporação.
O comissário-chefe Paulo de Almeida, que presidiu à cerimónia de abertura do primeiro curso de inspectores, realizada no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, acentuou que a Polícia tem de estar organizada e com estruturas de fiscalização competentes para que não se quebre a sua capacidade de controlo, intervenção, disciplina e pedagogia, no âmbito da sua missão de servir os cidadãos.
O segundo comandantegeral avisou que, “nos dias que correm, o crime já não tem limites, por atingir todos os tecidos estruturais e institucionais da sociedade com uma certa vulnerabilidade”.
Segundo Paulo de Almeida, os fenómenos negativos da segurança pública são resolvidos com um sistema transversal voltado para uma actuação mais eficiente dos efectivos da corporação. “Temos vindo a constatar que o cidadão ainda tem a Polícia Nacional como o seu guardião, sendo importante manter esta confiança, exercendo acções dignas de louvar e de respeito ao próximo e à farda que envergam”, disse Paulo de Almeida, quando se dirigia aos efectivos da corporação presentes na cerimónia de abertura do curso de inspectores.
Paulo de Almeida quer que a Polícia Nacional “tenha voz e fale no discurso directo e de forma clara e directa com os órgãos de decisão” sobre os problemas que afectam a ordem pública.
Paulo de Almeida avisou que, “caso isso não aconteça, a Polícia vai continuar a ser o bode expiatório de muitos fracassos que afectam, de forma directa e indirecta, a ordem e a tranquilidade públicas”. A inspecção, acentuou Paulo de Almeida, não deve funcionar como “um órgão meramente repressivo, sancionatório e bisbilhoteiro”, mas deve ser um instrumento de comando com a finalidade de assessorar, investigar e cultivar mentalidades cumpridoras do dever policial.
“Não queremos a culpa, mas sim a causa da culpa, e só assim podemos corrigir o que esta mal e melhorar o que esta bem”, na corporação, salientou o comissáriochefe Paulo de Almeida que acrescentou que o nível de exigência da Polícia Nacional, no âmbito profissional, operacional, organizacional e comportamental, é de uma sociedade moderna e democrática, daí que “a postura ética dos efectivos deve ser exemplar”.
“Compete à inspecção assegurar a execução dos serviços policiais dentro dos padrões da eficácia e eficiência exigidos pelos cidadãos”, recomendou Paulo de Almeida, na sua intervenção na cerimónia de abertura do curso de inspectores.
O director do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, comissário Luís Cadete, informou que o curso engloba conteúdos de ensino geral, policial, jurídico e técnicas específicas de inspecção. O curso, frequentado por 70 efectivos, entre oficiais superiores e agentes, termina dentro de quatro meses e abrange 720 horas lectivas.
“Temos vindo a constatar que o cidadão ainda tem a Polícia Nacional como o seu guardião, sendo importante manter esta confiança, exercendo acções dignas de louvar e de respeito ao próximo e à farda que envergam”, disse Paulo de Almeida