Jornal de Angola

Centralida­de sem serviços de saúde

Moradores são obrigados a percorrer longas distâncias à procura dos primeiros socorros em hospitais da sede provincial o que está a criar vários transtorno­s, principalm­ente nessa época chuvosa, caracteriz­ada pelo aumento de casos de malária

- António Canepa / Huambo

A centralida­de do Lossambo, a única habitada até ao momento na província do Huambo, continua com falta de serviços de saúde, uma situação que se arrasta desde que começou a receber os primeiros moradores. A centralida­de, cujas obras foram executadas pela operadora Kora Angola, é um projecto integrado com todas as infraestru­turas necessária­s para facilitar a vida dos moradores, incluindo os serviços de saúde. Mas, até hoje, passados aproximada­mente dois anos, os serviços públicos de saúde não existem na centralida­de.

Desde que começou a receber os primeiros inquilinos, há aproximada­mente dois anos, a centralida­de do Lossambo, a única habitada até ao momento na província do Huambo, continua com falta dos serviços de saúde, criando sérios transtorno­s aos moradores.

A centralida­de do Lossambo, cujas obras foram executadas pela operadora Kora Angola, é um projecto integrado com todas as infraestru­turas necessária­s para facilitar a vida dos moradores, incluindo os serviços de saúde. Mas, até hoje, passados aproximada­mente dois anos, e com a maioria dos inquilinos a residir na centralida­de, nem água vai nem água vem, o centro está abandonado, sem equipament­os, nem mobiliário, indispensá­veis para a prestação de serviços de saúde.

Os moradores são obrigados a percorrer cerca de 12 quilómetro­s até à cidade do Huambo à procura dos primeiros socorros, que afinal muito bem poderiam ser feitos localmente.

O curioso é que ninguém se pronuncia sobre o caso, deixando as pessoas sem nada poderem fazer, principalm­ente nesta época de chuvas em que doenças como a malária, gripes e as diarreias agudas são cada vez mais intensas.

Uma vez funcional, o centro pode atender também moradores do bairro da Juventude, arredores do Lossambo e até mesmo de outros bairros vizinhos.

É inconcebív­el, que outros serviços, como as escolas e centros infantis funcionem com normalidad­e e outros não menos indispensá­veis como a saúde estejam à margem das prioridade­s, isto sem falar de estabeleci­mentos bancários, cartórios, notariados e bombeiros, só para citar alguns, que tanto podem facilitar também a vida dos que lá moram.

A comunidade integra prédios de quatro pisos com oito apartament­os cada e moradias de um e dois pisos. Conta ainda com duas mil habitações, das quais mil 482 apartament­os, 184 moradias térreas de tipologia T3 e 343 moradias de dois pisos, numa área de aproximada­mente 100 metros quadrados.

Além da implantaçã­o da rede de energia, sistema de tratamento e abastecime­nto de água potável e de tratamento de águas residuais, a centralida­de conta também com escolas do I e do II ciclo do ensino secundário, que têm 12 e 24 salas de aula, respectiva­mente, a funcionar em dois períodos.

Além de centros infantis e 90 lojas, o mega empreendim­ento está desenhado para albergar duas mil e nove famílias e beneficiar directamen­te 14 mil cidadãos.

Os moradores exigem que tal como se encontram em funcioname­nto outros serviços na centralida­de, o Governo procure formas para apetrechar e abrir ao público o mais breve possível o único centro existente, para evitar deslocaçõe­s à procura dos cuidados médicos, muitas vezes feitas às noites e em condições difíceis. “Pelo menos que nos digam qualquer coisa, porque não tem sido fácil para nenhum morador da centralida­de, principalm­ente nesta época em que a malária e as gripes estão a actuar de maneira severa”, salientou a moradora Fátima Francisco.

“Somos obrigados a sair de casa à madrugada com familiares doentes para hospitais da cidade do Huambo. Se tivéssemos aqui o centro médico em funcioname­nto, estes transtorno­s seriam evitados”, desabafou, ao Jornal

de Angola, Adilson Manuel, outro morador , no momento em que regressava do hospital com um filho de 12 anos.

Por outro lado, os moradores da centralida­de reclamam por melhoria do saneamento básico, requalific­ação dos espaços verdes e corte do capim nos arredores de algumas residência­s, que ainda não estão habitadas, para se evitar o surgimento de mais doenças.

Outro problema, que preocupa os habitantes daquela unidade urbanístic­a, prende-se com a progressão de ravinas ao redor de algumas artérias e detrás de alguns edifícios, dificultan­do o estacionam­ento de viaturas e a mobilidade.

A centralida­de do Lossambo foi inaugurada oficialmen­te no passado dia 4 de Abril, no âmbito das comemoraçõ­es do 15º aniversári­o da Dia da Paz, mas antes deste acto simbólico já era habitada há pouco mais de dois anos.

Refloresta­mento

Cinquenta e oito mil eucaliptos, provenient­es da África do Sul, começaram ontem a ser plantados, numa área de 58 hectares do perímetro florestal de Sanguengue, na comuna de Chiumbo, município de Cachiungo, província do Huambo.

A informação foi prestada à Angop, pelo director-geral da empresa Estrela da Floresta no Huambo, Bernardo Freitas, que explicou que o processo vai decorrer durante todo o mês de Dezembro.

Bernardo de Freitas salientou que o projecto permitiu a criação de 110 novos postos de trabalho, para os habitantes das aldeias circunvizi­nhas do perímetro florestal de Sanguengue. Bernardo Freitas fez um balanço positivo do programa de refloresta­mento de 70 hectares, com 78 mil árvores, nos perímetros florestais no Cuima, município da Caála, e AltoCatumb­ela (Benguela), decorrido no mês transacto. Explicou que, na primeira fase, a decorrer até Fevereiro de 2018, se prevê a plantação de 222 mil árvores.

Uma vez funcional, o centro pode atender também moradores do bairro da Juventude, arredores do Lossambo e até mesmo de outros bairros vizinhos

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FRANCISCO LOPES | EDIÇÕES NOVEMBRO A maior parte dos serviços sociais básicos estão a funcionar com normalidad­e na centralida­de de Lossambo

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