Emirados Árabes Unidos investem na agricultura
Energias renováveis, quer a solar como a eólica, são outras áreas de interesse para o investimento. O objectivo dos Emirados é produzir alimentos em Angola para o mercado interno e exportação
O xeque Hamdan Bin Xayed Bin Sultan Al Nahyan foi ontem recebido pelo Presidente da República, João Lourenço, a quem manifestou a intenção de investir na agricultura em Angola, com foco para a produção de alimentos para o mercado interno e para exportação. Delegações dos dois países realizaram conversações oficiais dirigidas, pela parte angolana, pelo ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior. No encontro estiveram também presentes, entre outros, os ministros das Relações Exteriores, Manuel Augusto, da Defesa, Salviano de Jesus Sequeira, das Finanças, Archer Mangueira, dos Transportes, Augusto Tomás, e o governador do BNA, José de Lima Massano. Além da agricultura, há intenções nas áreas das energias renováveis.
Angola e os Emirados Árabes Unidos manifestaram ontem a intenção de cooperar no sector da agricultura. O anúncio foi feito pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, no final das conversações entre delegações dos dois países, no quadro da visita do xeque Hamdan Bin Xayed Bin Sultan Al Nahyan.
A delegação foi recebida pelo Presidente da República, João Lourenço, no Palácio Presidencial da Cidade Alta, antes da realização das conversações oficiais dirigidas, pela parte angolana, pelo ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior. No encontro estiveram também presentes, entre outros, os ministros das Relações Exteriores, Manuel Augusto, da Defesa, Salviano de Jesus Sequeira, das Finanças, Archer Mangueira, dos Transportes, Augusto Tomás, e o governador do BNA, José de Lima Massano.
Segundo Manuel Augusto, os Emirados Árabes podem produzir alimentos em Angola para o mercado interno e para exportação para o seu país e para outros da mesma região, permitindo a criação de empregos.
Além da agricultura, o ministro apontou igualmente a área das energias renováveis, quer a energia solar como a eólica, sector em que os Emirados Árabes estão muito avançados. "É uma outra área de potencial desenvolvimento, para não falar da área do petróleo e do gás", disse.
"Vamos tentar tirar o maior proveito das valências que os Emirados têm. Os Emirados, de deserto, passaram a um dos países mais desenvolvidos e mais cintilante que continuam num grande ritmo de crescimento", frisou, salientando que "há um universo amplo e potencial para que a cooperação entre os dois países possa ser exemplar e ter impacto na vida das nossas populações".
Segundo Manuel Augusto, a visita insere-se na estratégia do Executivo angolano no sentido da atracção de investimentos e estabelecimento de parcerias que possam contribuir, de forma pragmática e concreta, para a realização dos programas inseridos no Plano Nacional de Desenvolvimento.
Em declarações à imprensa, o xeque dos Emirados Árabes Unidos disse que apesar da distância que separa os dois países, "há interesse igual e uma grande oportunidade de os dois países trabalharem juntos", apontando a agricultura como uma das áreas a explorar.
O membro da família real dos Emirados Árabes Unidos disse ter convidado o Presidente João Lourenço a visitar aquele país. Na quarta-feira, o director para África e Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores, Joaquim do Espírito Santos, informou que Angola e os Emirados Árabes Unidos (EAU) estavam a negociar a assinatura de um acordo de dupla tributação, com vista a criação de um quadro de investimentos favorável para os dois países.
Segundo Joaquim do Espírito Santos, esta matéria está a ser negociada desde 2015, e o país do Golfo Pérsico tem demonstrado elevado interesse, pelo que em breve o acordo deverá ser consumado. “Trata-se de um acordo estratégico bastante favorável para Angola, que procura as melhores vias para acelerar o crescimento económico e o desenvolvimento do país, e os Emirados afiguram-se um bom parceiro, dado o seu potencial nas áreas dos transportes, energia, turismo, comércio e indústria”, enfatizou.
Entre os dois estados, disse, já existe um acordo de cooperação económica e técnica, rubricado em 2015, em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, durante a visita do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos.
Os Emirados Árabes Unidos (EAU) são um país árabe localizado no Golfo Pérsico. Formados por uma confederação de monarquias árabes, cada uma detendo a sua soberania, chamadas emirados (equivalentes a principados), os Emirados Árabes Unidos estão situados no sudeste da Península Arábica e fazem fronteira com Omã e com a Arábia Saudita. Os sete emirados são Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah. A capital e a segunda maior cidade dos Emirados Árabes Unidos é Abu Dhabi. A cidade também é o centro de actividades políticas, industriais e culturais.
Antes de 1971, os Emirados Árabes Unidos eram conhecidos como Estados da Trégua, em referência a uma trégua do século XIX entre o Reino Unido e vários xeques árabes. O nome Costa Pirata também foi utilizado em referência aos emirados que ocuparam a região do século XVIII até o início do século XX. O sistema político dos Emirados Árabes Unidos, baseado na Constituição de 1971, dispõe de vários órgãos ligados intrinsecamente.
O islamismo é a religião oficial e o árabe a língua oficial. Os Emirados Árabes Unidos têm a sexta maior reserva de petróleo do mundo e possuem uma das mais desenvolvidas economias do Médio Oriente. O país tem, actualmente, a trigésima sexta maior economia a taxas de câmbio de mercado do mundo, e é um dos países mais ricos do mundo por produto interno bruto (PIB) per capita, com um PIB nominal per capita de 54.607 dólares, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Vamos tentar tirar o maior proveito das valências que os Emirados Árabes têm. Os Emirados passaram a um dos países mais desenvolvidos e cintilantes que continuam a crescer