Escalada de muita violência à vista na região do Médio Oriente
mais imediato poderá ser neutralizar a forma como o mundo árabe irá hoje reagir ao anúncio de Donald Trump em reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
No mundo árabe a sextafeira é o principal dia de orações e também o de manifestações, sobretudo quando está em causa posições assumidas pelo ocidente contra os interesses ou as tradições árabes. Por isso, não será displicente pensar-se que hoje se assistam, no mundo árabe mas também nalgumas capitais ocidentais, a manifestações de repúdio contra Donald Trump e os Estados Unidos.
Ontem, por exemplo, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e algumas capitais europeias foram já cenário de múltiplas manifestações, por enquanto comedidas, realizadas à porta de embaixadas e consulados dos Estados Unidos. Alguns países europeus reforçaram desde ontem as medidas de segurança em redor das representações diplomáticas dos Estados Unidos, precavendo-se para o que aí vem.
Mas, a ameaça mais grave saiu mesmo do Hamas que convocou para hoje um “dia de raiva” contra os interesses dos Estados Unidos em todo o mundo, seguido do início de uma nova intifada. A intifada, também conhecida como a “guerra das pedras”, geralmente protagonizada por jovens adolescentes e elementos mais radicais, é o apelo a todas as formas directas de luta sem tréguas contra os interesses americanos e israelitas em todo o mundo, através de todos os meios possíveis.
A última intifada decorreu entre 2000 e 2005 e causou cerca de 4 mil mortos e só foi sufocada com a construção de um muro na Cisjordânia e a imposição de um bloqueio à Faixa de Gaza.