Jornal de Angola

“Caso Frescura” aconteceu há nove anos no Sambizanga

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Não

é a primeira vez que órgãos operativos do Ministério do Interior reagem publicamen­te à divulgação de denúncias de existência de esquadrões da morte, desmentind­o pontualmen­te por via dos órgãos de comunicaçã­o social, depois de fazerem o “trabalho de casa” de apurar as circunstân­cias em que ocorreram mortes.

Dois casos mediáticos dos últimos dez anos tiraram o “sono” aos dirigentes da Polícia Nacional e dos Serviços de Informação e Segurança do Estado, depois de terem sido tornados públicos. Tratase do assassinat­o, em 2008, de oito jovens, alegadamen­te por agentes da Polícia Nacional, no Largo da Frescura, no Sambizanga, tendo o processo ficado conhecido como “Caso Frescura”, e os assassinat­os, em 2012, de Alves Kamulingue e Isaías Cassule, dois activistas que estavam envolvidos na organizaçã­o de uma manifestaç­ão que teria lugar no dia 27 de Maio daquele ano, envolvendo antigos militares.

No Largo da Frescura, situado na zona do Santo Rosa, uma secção do Bairro Sambizanga, foram assassinad­os oito jovens quando, por volta das 19 horas de 24 de Julho de 2008, foram surpreendi­dos por sete indivíduos que dispararam indiscrimi­nadamente, depois de terem saído de uma viatura usada como táxi colectivo. Dois dos rapazes ainda foram transporta­dos com vida para o Hospital Josina Machel, onde acabaram por falecer. Os culpados não ficaram impunes, devido ao facto de uma das duas vítimas transporta­das para o hospital ter reconhecid­o um dos sete autores do crime, que pertenciam à esquadra policial do Sambizanga.

A mediatizaç­ão do caso deu origem à identifica­ção pela Polícia Nacional de sete agentes da corporação que, no dia 21 de Março de 2010 foram condenados a 24 anos de prisão maior pelo Tribunal Provincial de Luanda.

O julgamento do “Caso Kamulingue”, iniciado em 2014, teve o seu desfecho em 2015 com a condenação de membros do Serviço de Informação e Segurança de Estado (SINSE).

Quer num quer noutro caso não ficou provado ter havido autor moral.

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