Polícia sem recursos para conter garimpo
O Comando Municipal da Polícia Nacional (PN) no Andulo, 130 quilómetros a norte da cidade do Cuito, carece de meios e de pessoal para conter a exploração ilegal de diamantes na região, noticiou ontem a Angop.
O comandante municipal da PN no Andulo, intendente Paulo Lucamba, apontou entre as dificuldades a falta de viaturas a todo terreno para confrontar a “invasão dos garimpeiros que procuram lucro fácil com a exploração e comercialização ilegal de diamantes”.
Indicou que, em grande parte, os garimpeiros são estrangeiros vindos de países da África Ocidental que, com ajuda de alguns nacionais, se instalam em localidades como a Chimbamba, comuna de Chicumbi, uma zona de difícil acesso, cortada pelo rio Kwanza, na confluência dos rios Cutato e Cunhinga.
Além de diamantes, existem, no município do Andulo, outros recursos naturais, com destaque para o ferro, enxofre e calcário.
Em Agosto do ano passado, o director da Indústria e Geologia e Minas do Bié, Antunes Sapalo, denunciou como exploradores ilegais de diamantes activos no Bié, cidadãos da República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Senegal, Mali, Guiné Conacry, Mauritânia e Sudão.
O director disse, naquela altura, que a exploração artesanal de diamantes ocorria com mais predominância nas localidades de Seteca e Catacala, comuna da Lúbia, Nhaera, bem como no Soma Kwanza, Chitembo, a 174 e 150 quilómetros a norte e leste do Cuito.
Em Novembro, quando conferiu posse ao novo comandante-geral da Polícia Nacional e às novas chefias do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar, o Presidente da República, João Lourenço, pediu medidas firmes contra o tráfico de drogas e de moeda estrangeira, criminalidade violenta e a imigração ilegal, em muitos casos, ligada ao garimpo de diamantes.