Barragem gera tensão com países vizinhos
A construção de uma das maiores barragens do mundo pela Etiópia, no rio Nilo Azul, que já está na fase final, está a provocar tensões com o Egipto e o Sudão, que temem a perda de água potável.
No oeste da Etiópia, perto da fronteira com o Sudão, trabalhadores estão a finalizar a construção da barragem, que deve reduzir a água do rio Nilo Azul e criar um lago ao longo de 250 quilómetros, a Etiópia espera poder impulsionar o seu crescimento económico com a exportação de grandes volumes da energia a ser gerada pela barragem.
O Governo etíope, entretanto, tem recebido críticas de agricultores da região, que foram reassentados, e do Sudão e o Egipto, que temem a perda de água potável.
No início de Novembro, fracassaram as negociações tripartidas sobre a utilização da barragem e o diferendo político gerado pelas obras ameaça agravar-se.
Yilma Seleshi, que dirige a delegação etíope nas negociações em torno da barragem, diz que “a Etiópia não tem qualquer intenção de prejudicar os países a jusante, seja o Egipto, seja o Sudão. Só queremos o nosso direito: “a utilização justa e razoável da água”, afirma.
O Parlamento egípcio, por sua vez, já deixou claro que o país não está na disposição de renunciar “a uma única gota de água.”
A mega barragem vai bloquear a passagem do Nilo Azul. O rio fornece 86 por cento de água ao Nilo e é de extrema importância para a sobrevivência, sobretudo, no Sudão e no Egipto.