RDC pode enfrentar crise humanitária
A República Democrática do Congo (RDC) pode passar, no próximo ano, por uma grave crise humanitária, como apontam os gigantescos deslocamentos populacionais, com centenas de milhares de crianças a correr risco de morte e os problemas de financiamento das ONG, alertou ontem a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
“Há o risco de que a situação na RDC passe despercebida, quando em 2018 pode-se tornar uma grande urgência”, disse Mohamed Abdiker, responsável pela OIM, depois de uma viagem à RDC, cuja instabilidade coloca todo o continente africano em perigo.
Embora em alguns casos as ONG lancem advertências para chamar a atenção sobre uma crise, na RDC há indícios de que nos próximos meses as coisas realmente podem piorar muito.
O país, com uma população muito pobre apesar das suas riquezas minerais, viveu nos últimos 15 meses pelo menos três conflitos diferentes: a intensificação da actividade de grupos armados na região de Kivu (Leste), uma crise em Kasai (Centro) desde Setembro de 2016 e um conflito entre bantus e pigmeus em Tanganica (Sudeste).
Esses confrontos provocaram em 2016 e 2017 os maiores deslocamentos internos de população do Mundo, superiores aos da Síria, Iraque e Iémen, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e o Conselho norueguês dos Refugiados.