Ministra contra os métodos de distribuição de fármacos
Sílvia Lutucuta disse ter constatado a existência de medicamentos em armazéns mas os parentes dos doentes têm de comprá-los fora das unidades sanitárias
A ministra da Saúde disse domingo , em Malanje, discordar dos métodos de distribuição de medicamentos nos centros hospitalares locais, particularmente nas maternidades .
“Não se pode aceitar que os armazéns locais tenham medicamentos e os pais das crianças internadas tenham de comprar os fármacos fora das unidades hospitalares”, lamentou Sílvia Lutucuta.
A ministra da Saúde, que falava à imprensa no fim de uma visita à província de Malanje, onde analisou as actividades do sector,pediu aos responsáveis locais para melhorarem o processo de distribuição dos medicamentos, com base em programas que visam o controlo e a transparência.
“Depois de constatarmos estas anomalias recomendamos que, sempre que houver medicamentos nos hospitais, os familiares dos doentes internados não têm de comprar os remédios em farmácias ou mercados”, disse Sílvia Lutucuta, que reconheceu que o sector da Saúde passa por “algumas dificuldades” para adquirir medicamentos no exterior, mas não se justifica a má gestão e distribuição dos mesmos, alertando que, uma das prioridades do seu pelouro é organizar o sector dos fármacos.
A titular do Ministério da Saúde prometeu trabalhar para reforçar o quadro do pessoal técnico nos hospitais da província de Malanje, por notar que muitos profissionais trabalham mais do que está regulamentado.
“É difícil um único médico atender vários pacientes em diferentes áreas, temos de inverter este quadro”, sublinhou Sílvia Lutucuta.
A ministra da Saúde preconizou a manutenção dos programas de humanização dos cuidados de saúde, assim como a melhoria do rigor profissional.
Vacinas anti-rábicas
Sobre a falta de vacinas antirábicas na província de Malanje, a ministra Sílvia Lutucuta disse que é um processo que requer um esforço intersectorial, entre os ministérios da Saúde, Agricultura e Ambiente. “Temos de cuidar da situação dos cães vadios e de outros animais que não tenham sido vacinados. Vacinar um cão chega a ser mais barato do que adquirir vacinas anti-rábica, e com uma diferença de custo abismal. Por isso, penso que o investimento tem de estar mais virado para a vacinação dos animais do que para a compra de vacinas ”, concluiu Sílvia Lutucuta.
Acções formativas
Um total de 20 funcionários, entre administradores comunais, directores municipais e técnicos das administrações municipais e comunais, dos municípios de Cacuso e Calandula, participam, desde segundafeira, num seminário sobre a elaboração de linhas estratégicas municipais para o desenvolvimento local.
Com a duração de cinco dias, a acção formativa está a ser promovida pelo Fundo de Apoio Social (FAS) e dirigida em simultâneo a outros vinte técnicos dos municípios de Mucari e Cahombo, no âmbito da execução da componente de fortalecimento das capacidades das instituições locais do Estado.
A formação pretende dotar os participantes de ferramentas para dinamizarem as suas capacidades de gestão das instituições locais, nos vários domínios.
Ao falar a propósito do evento, o director provincial do Fundo de Apoio Social em Malanje, Joaquim Fernandes, apelou aos quadros do Estado a imprimirem mais dinâmica e empenho na satisfação das necessidades das comunidades, devendo colaborar com os munícipes na identificação e solução dos problemas do município.
O administrador municipal de Calandula, Pedro Dembué, disse que o Fundo de Apoio Social constitui um parceiro estratégico do governo na implementação de projectos de desenvolvimento sustentável, que contribuem na melhoria das condições de vida da população, daí que o seminário vem reforçar as suas iniciativas.
De referir que na região estão em execução diversos projectos de impacto social, visando a melhoria da qualidade de vida da população. Das obras em curso, destaque para as dos sectores da saúde e da educação, que estão a permitir melhorar a assistência médica à população e o acesso ao ensino. O vice-governador para a Área Económica e Empresarial de Cabinda apelou à sociedade para não discriminar as pessoas com deficiências físicas e motoras, “por serem indivíduos que também reúnem óptimas habilidades intelectuais e competências, na execução de inúmeras tarefas úteis”.
Romão Lembe, que falava durante um acto de entrega de géneros alimentícios, meios de locomoção e de kits de artes e ofícios, a pessoas com deficiência, pelo Governo Provincial e parceiros, afirmou que “a relativa vulnerabilidade física e psíquica decorrente da própria deficiência não podem e nem devem ser motivos para a discriminação destes indivíduos”.
A pessoa com deficiência não pode, nem deve ser vítima de barreiras sociais e de preconceitos, que o impedem de participar no processo de desenvolvimento do país, disse.
Os deficientes físicos receberam triciclos manuais, cadeiras de rodas, canadianas, muletas e kits de trabalhos de prestação de serviços.