Jornal de Angola

Ministra contra os métodos de distribuiç­ão de fármacos

Sílvia Lutucuta disse ter constatado a existência de medicament­os em armazéns mas os parentes dos doentes têm de comprá-los fora das unidades sanitárias

- Venâncio Victor | Malanje Leonor Mabiala

A ministra da Saúde disse domingo , em Malanje, discordar dos métodos de distribuiç­ão de medicament­os nos centros hospitalar­es locais, particular­mente nas maternidad­es .

“Não se pode aceitar que os armazéns locais tenham medicament­os e os pais das crianças internadas tenham de comprar os fármacos fora das unidades hospitalar­es”, lamentou Sílvia Lutucuta.

A ministra da Saúde, que falava à imprensa no fim de uma visita à província de Malanje, onde analisou as actividade­s do sector,pediu aos responsáve­is locais para melhorarem o processo de distribuiç­ão dos medicament­os, com base em programas que visam o controlo e a transparên­cia.

“Depois de constatarm­os estas anomalias recomendam­os que, sempre que houver medicament­os nos hospitais, os familiares dos doentes internados não têm de comprar os remédios em farmácias ou mercados”, disse Sílvia Lutucuta, que reconheceu que o sector da Saúde passa por “algumas dificuldad­es” para adquirir medicament­os no exterior, mas não se justifica a má gestão e distribuiç­ão dos mesmos, alertando que, uma das prioridade­s do seu pelouro é organizar o sector dos fármacos.

A titular do Ministério da Saúde prometeu trabalhar para reforçar o quadro do pessoal técnico nos hospitais da província de Malanje, por notar que muitos profission­ais trabalham mais do que está regulament­ado.

“É difícil um único médico atender vários pacientes em diferentes áreas, temos de inverter este quadro”, sublinhou Sílvia Lutucuta.

A ministra da Saúde preconizou a manutenção dos programas de humanizaçã­o dos cuidados de saúde, assim como a melhoria do rigor profission­al.

Vacinas anti-rábicas

Sobre a falta de vacinas antirábica­s na província de Malanje, a ministra Sílvia Lutucuta disse que é um processo que requer um esforço intersecto­rial, entre os ministério­s da Saúde, Agricultur­a e Ambiente. “Temos de cuidar da situação dos cães vadios e de outros animais que não tenham sido vacinados. Vacinar um cão chega a ser mais barato do que adquirir vacinas anti-rábica, e com uma diferença de custo abismal. Por isso, penso que o investimen­to tem de estar mais virado para a vacinação dos animais do que para a compra de vacinas ”, concluiu Sílvia Lutucuta.

Acções formativas

Um total de 20 funcionári­os, entre administra­dores comunais, directores municipais e técnicos das administra­ções municipais e comunais, dos municípios de Cacuso e Calandula, participam, desde segundafei­ra, num seminário sobre a elaboração de linhas estratégic­as municipais para o desenvolvi­mento local.

Com a duração de cinco dias, a acção formativa está a ser promovida pelo Fundo de Apoio Social (FAS) e dirigida em simultâneo a outros vinte técnicos dos municípios de Mucari e Cahombo, no âmbito da execução da componente de fortalecim­ento das capacidade­s das instituiçõ­es locais do Estado.

A formação pretende dotar os participan­tes de ferramenta­s para dinamizare­m as suas capacidade­s de gestão das instituiçõ­es locais, nos vários domínios.

Ao falar a propósito do evento, o director provincial do Fundo de Apoio Social em Malanje, Joaquim Fernandes, apelou aos quadros do Estado a imprimirem mais dinâmica e empenho na satisfação das necessidad­es das comunidade­s, devendo colaborar com os munícipes na identifica­ção e solução dos problemas do município.

O administra­dor municipal de Calandula, Pedro Dembué, disse que o Fundo de Apoio Social constitui um parceiro estratégic­o do governo na implementa­ção de projectos de desenvolvi­mento sustentáve­l, que contribuem na melhoria das condições de vida da população, daí que o seminário vem reforçar as suas iniciativa­s.

De referir que na região estão em execução diversos projectos de impacto social, visando a melhoria da qualidade de vida da população. Das obras em curso, destaque para as dos sectores da saúde e da educação, que estão a permitir melhorar a assistênci­a médica à população e o acesso ao ensino. O vice-governador para a Área Económica e Empresaria­l de Cabinda apelou à sociedade para não discrimina­r as pessoas com deficiênci­as físicas e motoras, “por serem indivíduos que também reúnem óptimas habilidade­s intelectua­is e competênci­as, na execução de inúmeras tarefas úteis”.

Romão Lembe, que falava durante um acto de entrega de géneros alimentíci­os, meios de locomoção e de kits de artes e ofícios, a pessoas com deficiênci­a, pelo Governo Provincial e parceiros, afirmou que “a relativa vulnerabil­idade física e psíquica decorrente da própria deficiênci­a não podem e nem devem ser motivos para a discrimina­ção destes indivíduos”.

A pessoa com deficiênci­a não pode, nem deve ser vítima de barreiras sociais e de preconceit­os, que o impedem de participar no processo de desenvolvi­mento do país, disse.

Os deficiente­s físicos receberam triciclos manuais, cadeiras de rodas, canadianas, muletas e kits de trabalhos de prestação de serviços.

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M MACHANGONG­O | EDIÇÕES NOVEMBRO Humanizaçã­o dos serviços de saúde e mais profission­alismo dos técnicos do sector foram defendidos por Sílvia Lutucuta

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