Jornal de Angola

Oferta de açúcar nacional sobe mais de 12 por cento

Administra­ção da Biocom declara que a produção de açúcar no município de Cacuso ficou longe da previsão anual da empresa devido à seca que se fez sentir na região e ao baixo caudal do rio Kwanza

- Armando Estrela

A oferta de açúcar produzido pela Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom), localizada em Cacuso, província de Malanje, cresceu 12,786 por cento, ainda que as perspectiv­as de produção para o presente ano tenham ficado 7,77 por cento abaixo do inicialmen­te previsto.

De 29 de Junho a 30 de Novembro, o período concebido para a safra 2017, a Biocom produziu 58.102 toneladas de açúcar, 12.094 metros cúbicos de etanol e gerou 62.617 megawatts de energia eléctrica, superando o alcançado na colheita anterior, em que foram produzidas 51.515 toneladas de açúcar, e ficando abaixo dos 14.263 metros cúbicos de etanol de 2016 e acima da exportação de 57 mil megawatts de energia eléctrica.

Para a campanha que terminou, a direcção da Biocom quis atingir 62.947 toneladas de açúcar, com o processame­nto, na unidade agro-industrial da empresa de Cacuso, de 601 mil toneladas de cana-deaçúcar, colhidas numa área de 12.600 hectares. Em 2016 tinham sido moídos 510 mil toneladas de cana, retiradas de uma área de colheita de 9.272 hectares.

A direcção da Biocom comunicou que as estimativa­s para este fracassara­m, por factores ligados à seca, acrescida pelo baixo caudal do rio Kwanza e por uma avaria num motor de processame­nto com capacidade de 20 toneladas de cana-de-açúcar.

Ainda assim, a empresa aposta num aumento da sua produtivid­ade no ano de 2018, com perspectiv­as de produção de 100 mil toneladas de açúcar, 20 mil metros cúbicos de etanol e gerar 146 megawatts de energia eléctrica, caso seja concretiza­da a colheita esperada de 900 mil toneladas de cana-de-açúcar.

O director-geral adjunto da Biocom, Luis Bagorro Júnior, referiu que tal aposta reflecte o investimen­to da empresa na mais alta tecnologia, para o aumento da produtivid­ade do açúcar, do etanol e da energia eléctrica. “A junção desses factores possibilit­a que a Biocom diminua os custos de produção e tenha condições de competir no mercado nacional, promovendo, cada vez mais, o desenvolvi­mento agrícola no país”.

Apesar de não ter atingido o volume projectado, a empresa teve recordes no desempenho do rendimento médio de máquinas, moagens, preparação de solos e colheitora­s. Luis Bagorro Júnior sublinhou: “Conseguimo­s produzir em maior quantidade e com menos custo nesta safra”.

Em termos de divisas, a Biocom tem necessidad­e de 50 milhões de dólares por ano, para suportar os diversos custos. No presente ano, a empresa investiu 12 milhões de dólares em equipament­os. Presenteme­nte a gerar receita anual de 200 milhões de dólares, a Biocom trabalha com 2.786 colaborado­res, entre contratado­s e subcontrat­ados, dos quais 92 por cento angolanos.

A companhia possui um Programa de Desenvolvi­mento Interno (PDI), que consiste em investimen­tos para a formação e o desenvolvi­mento profission­al, focando na transferên­cia de conhecimen­to prático, realizado no dia-a-dia do trabalho com acompanham­ento pedagógico e nas capacitaçõ­es técnicas do sector sucroenerg­ético. o PDI, até 2022 a Biocom pretende reduzir o número de trabalhado­res estrangeir­os na central, para 2,00 por cento.

A Biocom é a primeira empresa de Angola a produzir e comerciali­zar açúcar, etanol e energia eléctrica a partir da biomassa. Instalada no Pólo Agro-industrial de Capanda, no município de Cacuso, província de Malanje, numa área de 81.201 hectares, dos quais 70.106 são agricultáv­eis e 1.095 destinam-se a áreas de preservaçã­o permanente da vegetação nativa, a companhia destaca-se pela modernidad­e e a alta tecnologia aplicadas no processo industrial e agrícola.

A produção de açúcar está ainda virada para o mercado interno, a de energia eléctrica para as necessidad­es da Rede Nacional de Transporte de Electricid­ade e o etanol hidratado é fornecido às indústrias de bebidas e de produtos de limpeza.

A produção de açúcar, electricid­ade e etanol hidratado ainda está virada para as necessidad­es do mercado interno

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JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO Sum atingir a meta de produção, a Biocom teve recordes no rendimento médio das máquinas, moagens e colheitas

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