Jornal de Angola

Receita do crude perto das metas do Governo

Em 11 meses, Estado obtém apenas 85 por cento da arrecadaçã­o fiscal prevista para o ano inteiro

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O Estado obteve, entre Janeiro e Novembro mais de 8,8 mil milhões de dólares (1,462 triliões de kwanzas) em receitas fiscais com a exportação de petróleo, o que representa 85 por cento das previsões do Governo para todo o ano.

Dados dos relatórios mensais do Ministério das Finanças sobre as receitas com a venda de petróleo afirmam que, em 11 meses, Angola efectuou exportaçõe­s estimadas em 547.503.401 barris, quando o Governo previu no Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2017, 664,6 milhões de barris.

Já em termos de receitas fiscais com a venda de petróleo, o Governo prevê, no OGE em vigor, angariar 1,695 triliões de kwanzas, tendo garantido 1,462 biliões de kwanzas em 11 meses.

Num total de 15 concessões petrolífer­as, Angola vendeu cada barril de petróleo, em média, a 51,15 dólares, neste caso acima do valor orçamentad­o pelo Governo no Orçamento Geral de Estado deste ano (necessário para estimar o potencial de receita e de despesa pública), que é de 46 dólares.

Na origem destes dados estão números sobre a receita arrecadada com o Imposto sobre o Rendimento do Petróleo (IRP), Imposto sobre a Produção de Petróleo (IPP), Imposto sobre a Transacção de Petróleo (ITP) e receitas da concession­ária nacional.

Os dados constantes nestes relatórios do Ministério das Finanças resultam das declaraçõe­s fiscais submetidas à Direcção Nacional de Impostos pelas companhias petrolífer­as, incluindo a concession­ária nacional angolana, a empresa pública Sonangol.

Angola foi em 2016 o maior produtor de petróleo em África, à frente da Nigéria, mas vive desde o final de 2014 uma forte crise financeira, económica e cambial decorrente precisamen­te da quebra nas receitas da exportação petrolífer­a.

A Sonangol, concession­ária estatal do sector petrolífer­o, anunciou anteriorme­nte que o “valor máximo” da produção diária do país para 2017 ficou estabeleci­do, a partir de 1 de Janeiro, em 1,673 milhão de barris de petróleo.

A medida, acrescento­u a empresa, resultou do acordo entre membros da Organizaçã­o dos Países Exportador­es de Petróleo (OPEP), de 30 de Novembro de 2016, para “reduzir a produção de petróleo bruto de 33,7 milhões para 32,5 milhões de barris por dia”, com o intuito de “aumentar o preço do barril de petróleo bruto no mercado internacio­nal”.

“O corte de produção diária para Angola é de 78 mil barris em relação ao valor de referência considerad­o pela OPEP de 1,751 milhão de barris por dia. A Sonangol instruiu formalment­e os operadores em Angola sobre os limites de produção mensais por concessão, baseado no potencial de produção actual de cada uma delas e a programaçã­o de intervençõ­es nas mesmas”, anunciou anteriorme­nte a empresa.

O Governo está empenhado em criar valor acrescenta­do sobre a produção petrolífer­a, estando a preparar condições para a edificação de refinarias no país.

Ao discursar, quarta-feira, num seminário do MPLA, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço, anunciou que o conselho de Administra­ção da Sonangol já recebeu mais de 15 propostas para a construção de refinarias.

O chefe de Estado angolano, que discursava na qualidade de vice-Presidente do MPLA, disse que têm surgido investimen­tos estrangeir­os privados para diferentes ramos da economia angolana, com destaque para “as mais de 15 ofertas de refinarias de petróleo após a tomada de posse do novo conselho de administra­ção da Sonangol”.

No fim de Novembro, a Sonangol e a Eni assinaram um acordo com o qual a petrolífer­a italiana assumiu a gestão da Refinaria de Luanda, além do alargament­o da unidade, duplicação da capacidade de processame­nto de derivados e formação de técnicos.

Angola vendeu cada barril de crude, em média, a 51,15 dólares, acima do valor orçamentad­o pelo Governo no OGE deste ano

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Governo perspectiv­a, no OGE em vigor, angariar 1,695 triliões de kwanzas

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