Jornal de Angola

Ferreira Pinto Provedor de Justiça

Líder do grupo parlamenta­r da CASA-CE, ao apresentar a declaração política, elogiou as acções do Presidente João Lourenço para a reversão da situação do país

- Adelina Inácio

Carlos Alberto Ferreira Pinto substitiu Paulo Tchipilica na Provedoria de Justiça. A eleição aconteceu ontem na Assembleia Nacional. O novo provedor de Justiça e a sua adjunta, Florbela de Jesus Rocha, ambos do partido no poder, foram eleitos com votos favoráveis do MPLA, contra da CASA-CE e PRS e abstenção da UNITA.

A Assembleia Nacional elegeu ontem, para o cargo de Provedor de Justiça, o exdeputado Carlos Alberto Ferreira Pinto, e como adjunta a jurista Florbela de Jesus Rocha, com votos favoráveis do MPLA, contra da CASA-CE e PRS e abstenção da UNITA.

O novo Provedor de Justiça e a sua adjunta foram apresentad­os aos deputados e tomam posse em Janeiro do próximo ano.

Os deputados divergiram quanto à eleição do novo provedor de Justiça. Lucas Ngonda, da FNLA, defende que esta função deve ser ocupada por uma entidade independen­te. O provedor de Justiça, disse, não deve ter compromiss­os políticos ou sociais para além do cargo que exerce, e ter suficiente idoneidade para exercer a função.

Justino Pinto de Andrade, da CASA-CE, afirmou que não tem resistênci­a pessoal a qualquer um dos indicados, mas recorreu à lei para afirmar que o provedor de Justiça é uma entidade pública independen­te que tem por objecto a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, assegurand­o, através de meios informais, a justiça e a legalidade da actividade da administra­ção pública.

O ex-deputado indicado para Provedor de Justiça, disse, tem responsabi­lidade elevada no MPLA.

Raul Danda, da UNITA, juntou-se também a Lucas Ngonda e Justino Pinto de Andrade, para falar da parcialida­de do novo Provedor de Justiça: “O Provedor de Justiça não vai ser imparcial aos problemas que tocam o seu partido”, disse.

O presidente do grupo parlamenta­r da CASA-CE, André Mendes de Carvalho, aproveitou também a oportunida­de para dizer que “não tem nada contra o ex- deputado”, mas que o provedor de Justiça deve ser uma pessoa independen­te, à semelhança do presidente da CNE.

O quarto vice-presidente do grupo parlamenta­r do MPLA, João Pinto, disse que o novo Provedor vai garantir a imparciali­dade. “Todos os deputados conhecem a correcção, educação e urbanidade do ex-deputado Ferreira Pinto, por isso devem deixá-lo trabalhar”, disse, lembrando que além que além do provedor existem também os tribunais para a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.

Alexandre Sebastião André, da CASA-CE, justificou o voto contra porque a Provedoria é uma instituiçã­o essencial da justiça e defendeu a eleição de um Provedor de Justiça independen­te. O presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, considerou, no final da votação, a eleição como um acto de democracia e espera que o provedor de Justiça e a sua adjunta, provem no exercício das suas funções, o contrário daquilo que alguns deputados defenderam.

Os deputados votaram também o projecto de lei de autorizaçã­o legislativ­a que autoriza o Presidente da República, enquanto titular do poder executivo, a legislar sobre a revogação do regime de delimitaçã­o e coordenaçã­o da actuação da Administra­ção Central do Estado. A proposta, aprovada com 149 votos do MPA e 46 abstenções de toda oposição, foi apresentad­a pelo ministro da Administra­ção do Território e Reforma do Estado. A proposta, disse, fixa o regime da desconcent­ração ou delimitaçã­o da competênci­a entre administra­ção local e a administra­ção central do Estado e visa o aprofundam­ento dos mecanismos de desconcent­ração administra­tiva e melhoria do relacionam­ento institucio­nal entre os órgãos da administra­ção central e local.

Declaraçõe­s políticas

Os presidente­s dos grupos parlamenta­res do MPLA, UNITA e CASA-CE apresentar­am declaraçõe­s políticas. Salomão Xirimbimbi, do MPLA, afirmou que a eleição do provedor de Justiça e o seu adjunto são importante­s para a defesa dos direitos humanos e garantias dos cidadãos. Os candidatos propostos, disse, são de reconhecid­a competênci­a e espera que os mesmos tenham um mandato isento e responsáve­l. Sobre o Orçamento Geral do Estado, que já está no Parlamento, Xirimbimbi garante que o documento vai ser objecto de profunda avaliação.

André Mendes de Carvalho, da CASA-CE, elogiou as acções do Presidente João Lourenço para a reversão da situação do país e garantiu que a sua coligação reconhece e abraça as reformas em curso no país.

O parlamenta­r saudou os acordos de supressão de vistos em passaporte­s ordinários entre Angola, África do Sul e Moçambique e aplaudiu a intenção do Presidente relativame­nte ao repatriame­nto do dinheiro ilegalment­e depositado em contas offshore no estrangeir­o.

André Mendes de Carvalho saudou a visita do Presidente da República ao Hospital Sanatório de Luanda e a iniciativa de dinamizaçã­o do empreended­orismo em curso em Cabinda. “Lembramos que se impõe solucionar a atribuição do Estatuto especial à província de Cabinda”, disse.

Para o vice-presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Estêvão José Pedro Kachuingo, o país está expectante em relação à legislatur­a. A UNITA, acrescento­u, espera que o novo governo e o novo Parlamento reafirmem Angola como República instituída com base no princípio da separação de poderes. O parlamenta­r apelou ainda para a necessidad­e da despartida­rização da comunicaçã­o social.

Os deputados elegeram os jornalista­s Paulo Mateta e Alberto da Silva Miranda Júnior para o Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Comunicaçã­o Social (ERCA) indicados pelo MPLA e pela Coligação CASA-CE, respectiva­mente.

“Todos os deputados conhecem a correcção, educação e urbanidade do ex-deputado Ferreira Pinto, por isso devem deixá-lo trabalhar”

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Novo Provedor de Justiça e a adjunta Florbela de Jesus Rocha eleitos ontem tomam posse apenas em Janeiro próximo

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