Jornal de Angola

Ministério interdita quinta em Luanda

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O Ministério da Agricultur­a interditou a actividade na Quinta Eclebri, situada no Benfica, em Luanda, por produzir hortaliças como tomate, cebola, pepino e couve, contaminad­as, de acordo com a Angop.

Um certificad­o do Laboratóri­o Central da Agricultur­a sobre os resultados das análises, determina que os alimentos produzidos pela empresa Quinta Eclebri, em terreno adubado com fezes humanas, estão contaminad­os e são impróprios para o consumo humano.

O director do Gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa do Ministério da Agricultur­a e Florestas, José Fernandes, confirmou que foram já vendidos couve, cebola e cenoura, e que há uma produção em fase de maturação.

Do ponto de vista técnico, o uso de fezes humanas como adubo na agricultur­a é viável, desde que se faça compostage­m dos dejectos, mas esta empresa gerida por cidadãos chineses não seguiu este procedimen­to, contaminan­do os alimentos. As hortaliças eram produzidas num espaço de 12 hectares e comerciali­zados em vários pontos de Luanda, estando o Ministério da Agricultur­a e Florestas a abordar com o Governo Provincial de Luanda outras medidas sobre a situação.

José Fernandes disse que o consumo daqueles alimentos pode provocar doenças como diarreia, vómitos e febre tifóide, ao que o médico António Belo Costa acrescento­u a hepatite, cólera e teníase.

Angola, de acordo com José Fernandes, não tem legislação específica para regular o uso ou não de fezes humanas na agricultur­a.

“Não temos legislação específica que criminaliz­e o indivíduo caso esteja a usar dejectos humanos. Precisamos trabalhar sobre este assunto e o surgimento desta situação vai permitir olharmos para o problema de outra maneira”, afirmou.

A Quinta Eclebri é de empresário angolano que conta com dois trabalhado­res de nacionalid­ade chinesa e vários angolanos.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Produtos fertilizad­os com dejectos humanos chegaram à lojas

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