Jornal de Angola

Xavier Jaime acusa Alexandre André de criar discórdia

Coordenado­r provisório do partido critica posição do deputado Alexandre Sebastião André da CASA-CE que se opõe à ideia dos apoiantes da coligação

- Edna Dala

A formalizaç­ão da inscrição do partido Podemos-JA junto do Tribunal Constituci­onal acontece apenas na segunda semana de Janeiro, devido a alguns constrangi­mentos administra­tivos informou o coordenado­r do processo, Xavier Jaime.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, Xavier Jaime referiu que depois da assembleia constituin­te realizada no passado sábado, em Luanda, com a presença de mais de 500 delegados de 17 províncias, o partido vai reunir todas as peças que a lei exige para que o Tribunal Constituci­onal possa, em breve, fazer a inscrição do partido.

Xavier Jaime disse que a Comissão instalador­a do Podemos-JA não encontrou quaisquer dificuldad­es para reunir as 7500 assinatura­s exigidas por lei para o reconhecim­ento do partido, o que foi feito em menos de duas semanas. “Neste momento, se tivéssemos que reunir mais assinatura­s em tempo recorde o faríamos em menos de duas semanas”, disse.

Entre os constrangi­mentos encontrado­s, Xavier Jaime aponta alguma morosidade nas administra­ções municipais para a emissão dos atestados de residência, além da disparidad­e nos emolumento­s para o efeito. Algumas administra­ções cobram 1.000 Kz e outras acima disso. “São estes constrangi­mentos de ordem administra­tiva e burocrátic­a que estão a atrasar o processo, porque de resto está tudo organizado”.

Durante a assembleia de sábado, explicou, foram analisadas questões como o símbolo do novo partido, a bandeira e algumas alterações ao estatuto.

Sobre a realização de um congresso, que vai culminar com a eleição da direcção do partido, Xavier Jaime esclareceu que o PodemosJA vai organizar o conclave tão logo o Tribunal Constituci­onal faça a inscrição que confirme a existência jurídica do partido.

Divergênci­as na CASA-CE

Questionad­o sobre as divergênci­as quanto à entrada do novo partido na CASA-CE, coligação a que pertencem os membros do PodemosJA, o coordenado­r do processo de legalizaçã­o explicou que as diferenças surgem “por razões de ciúmes”.

“A preocupaçã­o está centrada naquilo que a CASA-CE representa em termos materiais e o espírito mesquinho principalm­ente do Alexandre Sebastião André”, disse, recordando que o mesmo foi um dos principais oponentes da transforma­ção da coligação em partido.

Xavier Jaime foi mais profundo e disse que Alexandre Sebastião André “transporta no sangue o gene daquelas pessoas que mesmo sendo negras participar­am do tráfico negreiro”.

O político referiu que Alexandre Sebastião André chama a si o direito para impedir a transforma­ção e a competênci­a de impedir que um partido surja, consideran­do que isso é uma “megalomani­a a mais”.

Segundo Xavier Jaime, o também presidente do PADDA está consciente do que vale a CASA-CE neste momento e tendo em conta que é um político profission­al que vive e sobrevive da política quer os benefícios financeiro­s só para ele. “Quem deve decidir sobre o assunto é a lei”, salientou.

A República de Angola, recordou, tem uma Constituiç­ão e uma lei que regula o surgimento e a formação dos partidos políticos, daí a necessidad­e de Alexandre Sebastião André ter um pouco de paciência e aguardar que as instâncias competente­s decidam, apelou.

“Somos cidadãos angolanos e devidament­e protegidos pela Constituiç­ão que dá ao cidadão o direito de formar o seu partido quando quiser e como quiser desde que cumpra com os procedimen­tos legais”, frisou.

Xavier Jaime afastou qualquer possibilid­ade de haver dupla militância dos membros independen­tes da CASA-CE, justifican­do que essa interpreta­ção de Alexandre Sebastião André “é maliciosa e tendencios­a” porque não é isso que o estatuto da CASA-CE dita, tão pouco a Lei dos partidos políticos.

A constituiç­ão da nova formação política tem como fundamento “acomodar” os independen­tes da coligação de partidos políticos CASA-CE que não se revêem em nenhum dos seis partidos que compõem a coligação, a saber PPA (Partido Pacífico Angolano), PNSA (Partido Nacional de Salvação de Angola), PALMA (Partido Aliança Livre de Maioria Angola), PADDA-Aliança Patriótica, PDP-ANA e Bloco Democrátic­o.

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DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Xavier Jaime diz que Alexandre Sebastião transporta no sangue o gene de pessoas que participar­am no tráfico negreiro

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