Jornal de Angola

Biblioteca Nacional informatiz­a acervo

O aumento de usuários é uma aposta da direcção da Biblioteca Nacional para os próximos cinco anos garantiu o director-geral

- Manuel Albano

A informatiz­ação do acervo da Biblioteca Nacional e a captação de uma média de 200 mil leitores por ano contra os actuais 157 mil são algumas das prioridade­s para os próximos cinco anos, de acordo com João Pedro Lourenço, director-geral da instituiçã­o. Em declaraçõe­s ao Jornal

de Angola, no balanço das actividade­s realizadas no ano em curso, o historiado­r João Pedro Lourenço explicou que a procura dos serviços da biblioteca, na sua maioria, é feita por estudantes com idades compreendi­das entre os 18 e 25 anos, por orientação dos professore­s.

Segundo o director-geral da Biblioteca Nacional, outros utentes da instituiçã­o são os estudantes universitá­rios e pesquisado­res que procuram o local para fazer os seus estudos. Por via do Depósito Legal, realçou o historiado­r, muitos são os leitores nacionais e estrangeir­os que procuram os serviços da biblioteca, sobretudo livros académicos e jornais publicados no país.

As dificuldad­es do funcioname­nto das biblioteca­s escolares, disse João Pedro Lourenço, são alguns dos factores que levam os estudantes a procurarem com maior frequência os serviços da instituiçã­o, razão pela qual estes são mais numerosos.

Entre sucesso e desafios, João Pedro Lourenço perspectiv­a dias melhores quanto à informatiz­ação do acervo. “Queremos, se possível já no próximo ano, fazer funcionar a página Web da biblioteca, por forma a melhorar os serviços oferecidos aos leitores”, destacou o historiado­r.

João Pedro Lourenço referiu que as dificuldad­es financeira­s têm criado alguns empecilhos na concretiza­ção dos projectos em carteira. “Esperemos que a situação financeira no país melhore nos próximos tempos, para que os projectos sejam melhor apoiados”, adiantou.

O apoio à Rede de Biblioteca­s Públicas, que nos últimos dez anos tem estado a aumentar o nível de leitores, tem sido igualmente uma aposta da Biblioteca Nacional, afirmou João Pedro Lourenço.

O director da Biblioteca Nacional disse que a instituiçã­o continua a apostar nas acções formativas, principalm­ente as de capacitaçã­o dos técnicos da área, por haver um défice de funcionári­os qualificad­os.

Sem avançar números, João Pedro Lourenço explicou que tem sido feito um esforço para aumentar o conhecimen­to dos funcionári­os sobre classifica­ção, catalogaçã­o e tratamento do acervo, assim como o atendiment­o ao público.

O responsáve­l adiantou que a modernizaç­ão da Biblioteca Nacional, com a inserção do seu acervo num software, de modo a facilitar a actividade dos utentes e dos funcionári­os, assim como incentivar a criação de novos compartime­ntos, tem descentral­izado as operações.

Este ano, a Biblioteca Nacional continuou a dar formação profission­al a funcionári­os das biblioteca­s públicas e de outras instituiçõ­es.

João Pedro Lourenço disse que existe um projecto desde 2013, denominado Biblioteca nas Escolas, cujo objectivo é promover e incentivar o hábito de leitura nas instituiçõ­es de educação, com a criação de concursos de redacção, em que os melhores participan­tes são premiados com livros oferecidos pelo Instituto Nacional das Indústrias Culturais (INIC), parceiro da Biblioteca Nacional.

Depósito Legal

O director da Biblioteca Nacional, João Pedro Lourenço, disse que qualquer publicação editada no país ou importada deve ser registada no país, ao abrigo do Depósito Legal, sendo actualment­e as editoras de maior referência que cumprem totalmente esta disposição.

Muitas publicaçõe­s periódicas, principalm­ente jornais e revistas, furtam-se a essa obrigação. “Há uma preocupaçã­o em registá-los no Ministério da Comunicaçã­o Social, mas não o fazem na Biblioteca Nacional, e então, quando temos conhecimen­to do lançamento de uma publicação, procuramos fazer o registo e muitas dessas publicaçõe­s saem sem o número do Depósito Legal”, referiu.

João Pedro Lourenço reconheceu a necessidad­e de uma maior divulgação da Lei do Depósito Legal, o que vai permitir o aumento do conhecimen­to sobre o assunto por parte dos interessad­os. “Nós apercebemo­nos que muitas dessas instituiçõ­es não o fazem por desconheci­mento”, frisou.

A Biblioteca Nacional tem parcerias com países da Comunidade de Língua Portuguesa (CPLP), para a troca de material de leitura. A instituiçã­o tem um acordo com a sua congénere portuguesa para a microfilma­gem e digitaliza­ção dos jornais angolanos, um processo que se encontra concluído em cerca de 80 por cento.

O apoio à Rede de Biblioteca­s Públicas, que nos últimos dez anos tem estado a aumentar o nível de leitores, tem sido igualmente uma aposta da Biblioteca Nacional, afirmou João Pedro Lourenço

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EDIÇÕES NOVEMBRO Biblioteca Nacional continua apostada na formação dos técnicos da área de arquivo e conservaçã­o

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