Angola mantém quota de importação de sal
Encontro com produtores nacionais deixa por explicar os preços baixos das aquisições do produto no exterior
O Executivo autoriza a importação de cem mil toneladas de sal por ano para cobrir o défice de produção, admitiu a ministra das Pescas e do Mar num encontro de auscultação realizado ontem, em Luanda, com a Associação Nacional dos Produtores de Sal de Angola.
Vitoria de Barros Neto acrescentou que a quota de importação é raramente atingida e se situa abaixo do consumo estimado do mercado nacional de 250 mil toneladas por ano.
A produção angolana de sal, de 93 mil toneladas por ano, tem a meta estabelecida de atingir a 120 mil toneladas no Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2013-2017, que a ministra disse que ainda pode ser cumprida este ano.
O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Sal de Angola, Odílio Silva, confirmou os dados fornecidos pela ministra das Pescas, afirmando que estão em produção mais de 90 mil toneladas de sal por ano e que, em 2018, há perspectivas de aumentar o nível de produção.
A ministra referiu o interesse do Executivo na expansão da produção, destacando o apoio concedido ao tratamento de 200 hectares de terra no quadro do programa de ampliação das salinas, a introdução de novas tecnologias para o melhoramento da produção, elaboração de estudos e diagnósticos envolvendo cerca de 20 unidades de produção e o financiamento do programa Angola Investe.
Produtores denunciaram à ministra das Pescas que quantidades excessivas de sal são importadas com elevada frequência, sem licenciamento e vendidas abaixo do estabelecido no regime de Produtos do Preços Vigiados (PPV) de 65 kwanzas.
O presidente da Associação Nacional dos Produtores de Sal de Angola considerou, em declarações ao Jornal de Angola, que as importações maciças impedem a venda do sal produzido em Angola, devido aos preços mais baixos.
Os produtores solicitaram da ministra uma investigação para apurar os factos: “é necessário que o Ministério das Pescas e do Mar tenha conhecimento do que se esta a passar, acompanhe o licenciamento e aconselhe estes importadores a investirem na produção nacional”, afirmou Odílio Silva.
A associação também considera que cabe ao Ministério das Pescas e do Mar a responsabilidade de informar quais são as empresas que estão a importar e esclarecer a informação divergente sobre os importadores concedida pelos
Produtores denunciaram à ministra das Pescas que quantidades excessivas de sal são importadas com elevada frequência
serviços do Ministério e a do Conselho Nacional dos Carregadores.
“É preciso que haja maior controlo sobre os locais pelos quais o sal entra, devido a questões laboratoriais e para sabermos que tipo de sal é que o país importa, já que não consta na lista dos produtos que estão sujeitos à analises laboratoriais”, sublinhou
O director das Pescas de Benguela, José Silva, disse que a sua província encerra o ano com uma produção de cerca de 110 mil toneladas, com a salina da Calombolo a trabalhar na segunda fase de ampliação do seu projecto, que até finais de 2018 vai produzir cerca de 60 mil toneladas de sal.
Outro projecto, o do Chamune, vai aumentar a capacidade de produção de seis mil para oito mil toneladas em 2018. José Silva afirmou que os produtores de Benguela têm 14 mil toneladas de sal armazenadas, porque “o mercado está inundado com sal importado”.