Tempestade tropical faz mais de duzentos mortos nas Filipinas
Autoridades temem o aumento do número de mortos por haver muitas pessoas dadas como desaparecidas
A tempestade tropical Tembin, que atingiu na sexta-feira o sul das Filipinas, causou mais de 200 mortos e milhares de deslocados, anunciaram ontem as autoridades e socorristas.
Um novo balanço oficial, de mais de 200 mortos, foi divulgado na manhã de ontem, depois de, no sábado, as autoridades terem dado conta do registo de 182 vítimas.
De acordo com as autoridades filipinas, 144 pessoas continuam desaparecidas e mais de 40 mil procuraram refúgio em centros de abrigo.
Segundo um comunicado da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, 70.000 pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas ou afectadas pela tempestade tropical.
“As pessoas deixaram tudo para trás durante a fuga”, afirmou Patrick Elliott, responsável pelas operações e programas nas Filipinas da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho num comunicado citado pela agência AFP.
O Papa Francisco pediu orações para a população da ilha de Mindanau, atingida pela tempestade tropical.
Depois de rezar a oração do Angelus, Francisco orou pelo povo de Mindanau e pediu que “Deus acolha as almas dos mortos e dê conforto a todos que sofrem”.
O Papa pediu aos fiéis, reunidos na Praça de São Pedro, para orarem por toda essa população, ficando em silêncio por alguns segundos.
A Tembin, que atingiu o arquipélago na sexta-feira, afasta-se agora em direcção ao mar do Sul da China.
A polícia anunciou que 135 pessoas morreram na parte norte da olha de Mindanao, onde 72 habitantes foram dados como desaparecidos. Na península de Zamboanga, no oeste, foram registadas 42 mortos, havendo outras 72 pessoas cujo paradeiro se desconhece.
Dezoito pessoas morreram na província central de Lanao do Sul, onde se localiza a aldeia serrana de Dalama, que foi praticamente apagada do mapa.
Imagens filmadas pelo canal de televisão filipino ABS-CBN mostram casas derrubadas como baralhos de cartas pela intempérie e outras submersas, bem como socorristas a tentarem retirar o corpo de uma menina soterrada por um deslizamento de terras.
Polícias, soldados e voluntários escavam com as próprias mãos os destroços em busca de eventuais sobreviventes.
Mais de uma centena de casas da aldeia agrícola de Dalama foram destruídas pelas inundações provocadas pela tempestade tropical.
Antes de rumar em direcção ao mar do Sul da China, a tempestade tropical também afectou a ilha turística de Palawan, onde chegou com ventos sustentados de 120 quilómetros por hora e rajadas de até 145.
O Papa Francisco pediu orações para a população de Mindanau e pediu que Deus acolha as almas dos mortos e dê conforto aos que sofrem
“Nós não temos nenhuma vítima a lamentar neste momento, mas há pessoas desaparecidas”, disse o chefe da protecção civil de Palawan, Zaldy Ablana, à rádio DZMM.
A tempestade tropical Tembin deixou ontem as Filipinas, em direcção ao mar do Sul da China, tendo ficado fora da zona de influência das Filipinas a meio da manhã, de acordo com o mais recente boletim do serviço meteorológico das Filipinas (PAGASA), pelo que foi levantado o alerta de tufão no arquipélago. Pequim alertou as populações para a chegada da tempestade Tembin
A tempestade tropical Tembin atingiu as Filipinas menos de uma semana depois da passagem da Kai-Tak, que devastou o centro das Filipinas, fazendo 54 mortos e 24 desaparecidos.
“É muito lamentável que outro ciclone tropical (...) tenha feito sentir a sua presença tão perto do Natal”, afirmou o porta-voz da Presidência das Filipinas Harry Roque.
As Filipinas são atingidas todos os anos por entre 15 e 20 tempestades e/ou tufões, mas Mindanao, a segunda maior ilha do arquipélago, com cerca de 20 milhões de habitantes, normalmente é poupada.