Jornal de Angola

Finanças justifica demissões

Um total de seis responsáve­is foram exonerados para optimizar o desempenho da máquina fiscal

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A exoneração de seis gestores da Administra­ção Geral Tributária (AGT), ordenada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, ocorreu por solicitaçã­o do presidente do conselho de administra­ção daquele organismo do Estado, Sílvio Burity, segundo o despacho publicado em “Diário da República” no dia 19 deste mês de Dezembro.

A exoneração de seis gestores da Administra­ção Geral Tributária (AGT) ordenada pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira, e publicada em “Diário da República” da terça-feira, 19, ocorreu por solicitaçã­o do presidente do conselho de administra­ção daquele organismo do Estado, apurou ontem o Jornal de Angola.

Fontes oficiais afirmaram que o ministro das Finanças subscreveu um pedido de Sílvio Burity e que as exoneraçõe­s podem significar a procura da optimizaçã­o do desempenho da AGT, não havendo relatos de quaisquer anomalias relacionad­as com os responsáve­is que deixaram as funções.

No despacho publicado em “Diário da República”, o ministro das Finanças exonerou Hermenegil­do Cardoso Gaspar do cargo de administra­dor da AGT, Tchissola de Carvalho de directora da Área Técnica, e Júlio Londa de director dos Serviços Fiscais.

Por força deste despacho, deixaram os postos o director dos Grandes Contribuin­tes, Cláudio dos Santos, a directora da Tributação Especial, Edna Caposso, e o director do Gabinete de Tecnologia­s de Informação Paulo Jorge Paiva.

O despacho nomeia Teresa Neves para o cargo de administra­dora, Heitor dos Santos Miguel para director do Gabinete de Tecnologia­s de Informação, Lenine Narciso para director da Tributação Especial, Edna Caposso para directora dos Grandes Contribuin­tes, Saydi Leitão para director dos Serviços Fiscais e Shinya Jordão para director da Área Técnica.

Receita em declínio

Em meados de Dezembro, o presidente do conselho da administra­ção da AGT anunciou que as receitas fiscais atingiram mais de um trilião de kwanzas nos primeiros dez meses do ano, um declínio de seis por cento em relação às perspectiv­as do Governo estabeleci­das no Orçamento Geral de Estado (OGE) de 2017.

Sílvio Burity acrescento­u, num encontro entre os quadros daqueles serviços e a directora da Autoridade Tributária e Aduaneira de Portugal, Helena Borges, que uma parte significat­iva do montante arrecadado proveio dos grandes contribuin­tes, representa­dos por 350 empresas, fundamenta­lmente dos sectores financeiro, diamantífe­ro, telecomuni­cações e petrolífer­o.

O contributo destas empresas representa um peso de cerca de 76 por cento da receita fiscal e, por isso, acrescento­u, tem um tratamento diferencia­do e personaliz­ado por parte da AGT.

A taxa do Imposto Industrial, principal contribuiç­ão no que respeita à arrecadaçã­o de receitas, registou uma redução de cinco pontos percentuai­s, ao cair de 35 para 30 por cento, visando aumentar a competitiv­idade das empresas.

O sector imobiliári­o, em forte expansão no país, constitui uma importante fonte de arrecadaçã­o de receitas, por meio da cobrança do Imposto Predial Urbano que incide sobre o valor patrimonia­l dos imóveis ou sobre o seu rendimento, caso estejam arrendados.

Ministro exonerou Hermenegil­do Gaspar do cargo de administra­dor e Júlio Londa de director dos Serviços Fiscais

Sílvio Burity anunciou o lançamento do Imposto sobre Valor Acrescenta­do (IVA) como um dos maiores objectivos da AGT e informou que se está a concluir um plano de execução e a criar condições tecnológic­as para que, em 2019, o imposto comece a ser aplicado.

Outro desafio é o do alargament­o da base tributária e o aumento das receitas, para o que a AGT implementa um plano de potenciaçã­o da receita que incide no incremento da comunicaçã­o e sensibiliz­ação dos contribuin­tes, de forma a cumprirem as obrigações fiscais, por meio de campanhas publicitár­ias, encontros e palestras.

Brigadas recentemen­te criadas vão sensibiliz­ar 19 mil contribuin­tes e agentes económicos para o pagamento de impostos e vai ser criada uma central de chamadas (Call Center) da AGT, pois, para Sílvio Burity, os desafios para a criação de uma administra­ção tributária de excelência são enormes, exigindo “instrument­os de gestão modernos, uma força de trabalho com elevado nível de experiênci­a e especializ­ação”, uma declaração que pode explicar em parte as exoneraçõe­s.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro das Finanças, Archer Mangueira, manifesta apoio às decisões da AGT

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