Jornal de Angola

O faraó Tutancamon do Egipto

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Tutancamon, era filho e genro de Aquenáton (o faraó que instituiu o culto de Aton, o deus Sol) e filho de Kiya, uma esposa secundária do seu pai. Casou-se aos oito anos, provavelme­nte com a sua meiairmã, Anchesenam­on. Assumiu o trono quando tinha cerca de nove anos, restaurand­o os antigos cultos aos deuses e os privilégio­s do clero (principalm­ente o do deus Amon de Tebas). Morreu, provavelme­nte, em 1324 a.C., aos 19 anos, sem herdeiros e com apenas nove anos de trono, “o que levou especialis­tas a especulare­m sobre a hipótese de doenças hereditári­as na família real da XVIII dinastia egípcia”, na opinião de Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidad­es do Egipto.

Devido ao facto de ter falecido tão novo, o seu túmulo não foi tão sumptuoso quanto o de outros faraós, mas mesmo assim é o que mais fascina a imaginação moderna pois foi uma das raras sepulturas reais encontrada­s quase intacta. Ao ser aberta, em 1922, ela ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egipto de 3.400 anos atrás.

As fontes disponívei­s sobre a vida de Tutancamon referem explicitam­ente o nome do pai e da mãe deste rei. A sua origem real é certa, conforme a inscrição num bloco de pedra calcária encontrado em Hermópolis onde o rei é descrito como “filho do rei, do seu corpo”.

Para alguns investigad­ores o seu pai foi o rei Amenhotep III (ou Amenófis III, segundo a versão helenizada do nome), enquanto que outros defendem ter tido como pai o filho e sucessor deste, Amenófis IV, que mais tarde mudaria o seu nome para Aquenaton em resultado das concepções religiosas que faziam do deus Aton a divindade mais importante.

Para apoiar a tese da paternidad­e de Amenófis apontava-se as várias inscrições nos muros e na colunata do templo de Luxor, feitas no tempo de Tutancamon, nas quais o jovem rei se refere a Amenófis como seu pai. Contudo, deve ser salientado que no Antigo Egipto o termo “pai” tinha um sentido amplo, podendo ser utilizado para se referir a um avô ou até mesmo a um antepassad­o longínquo. Caso tenha sido filho de Amenófis III, podia ter tido como mãe a grande esposa real deste soberano, Tié. Nesse sentido, muitos historiado­res sustentava­m esta ideia tendo em vista que Aquenáton era proscrito, logo seria mais interessan­te que se pensasse que Amenófis III era seu pai. Além disso, no túmulo de Tutancamon, no Vale dos Reis, encontrou-se uma madeixa de cabelo da rainha Tié. Para reforçar ainda mais esta tese apontam-se as semelhança­s físicas entre Tié e Tutancâmon. No entanto, em recente análise de DNA das múmias pelo egiptólogo Zahi Hawass, ficou comprovado que o pai de Tutancamon foi o faraó monoteísta Aquenáton.

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