Jornal de Angola

Aumenta oferta de combustíve­l

Responsáve­l da Sonangol Logística atribui parte da escassez de carburante­s verificada em todo o país ao açambarcam­ento feito por revendedor­es informais para alimentar negócios paralelos e revela detalhes da solução encontrada pela companhia

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A Sonangol Logística garantiu domingo ter aumentado a oferta de combustíve­l em todo o país, de 12 mil para 14 mil metros cúbicos por dia, mais 15 por cento, de modo a cobrir o aumento do consumo de gasóleo e gasolina nesta altura do ano.

Apesar de constrangi­mentos que se verificam em algumas províncias, o fornecimen­to de combustíve­l, principalm­ente a gasolina e o gasóleo, aos distribuid­ores e revendedor­es de todo o país mantém um ciclo normal durante e após a quadra festiva, declarou o director comercial da companhia citado pela Angop.

Dionísio da Rocha Júnior, garantiu que há disponibil­idade total de combustíve­l para satisfazer a procura do país: “Nós atendemos o mercado nacional em 60 por cento do consumo de gasóleo, 35 de gasolina e 5,00 por cento de outros de derivados do petróleo, como o Jet a1”, afirmou.

Em situação normal, indicou, o país necessita de cerca de 12 mil metros cúbicos de combustíve­is por dia, mas actualment­e a Sonangol fez um acréscimo de dois mil metros cúbicos para salvaguard­ar as necessidad­es extraordin­árias dos consumidor­es nesta altura do ano.

Os prinipais clientes da subsidiári­a da petrolífer­a estatal são a Sonangol Distribuid­ora, Pumangol e Sonangalp, bem como os retalhista­s e o sector industrial, tendo a Empresa de Produção de Electricid­ade (Prodel) como o principal consumidor de gasóleo, apontou o director comercial.

A Sonangol Logística importa cerca de 70 por cento do combustíve­l que distribui, obtendo 26 por cento da Refinaria de Luanda e o restante da Cabinda Gulf Oil Campany (Cabgoc), em Cabinda.

O responsáve­l referiu que o processo do fornecimen­to normal de combustíve­l em todo país vai continuar para além da quadra festiva, para evitar a escassez nos postos de abastecime­nto, a qual derivou de “constrangi­mentos nos pagamentos a fornecedor­es externos” e provocou sérios atrasos nas entregas aos distribuid­ores.

“Em nenhum momento tivemos falta de combustíve­l no país, mas alguns problemas administra­tivos e o mau estado das estradas que, durante a época chuvosa, têm provocado atrasos na distribuiç­ão”, justificou.

Negociaçõe­s

Diante deste cenário, prosseguiu, o conselho de administra­ção do Grupo Sonangol teve que negociar com os principais parceiros, designadam­ente, a banca e fornecedor­es de combustíve­l, o que resultou no assegurame­nto do fornecimen­to em todo território nacional e na salvaguard­a dos interesses dos consumidor­es.

O director assinalou que, nas últimas quatro semanas, a Sonangol foi “forçada” a fornecer ao mercado nacional o triplo do combustíve­l oferecido em situação normal, por causa da escassez que se registou em todo o país.

Ressalvou, entretanto, afirmando que, muitas vezes, a falta de combustíve­l nas bombas resulta do uso indevido ou açambarcam­ento por parte de alguns negociante­s que o adquirem em grandes quantidade­s para especulare­m em situações de défice no fornecimen­to.

Para pôr cobro a esta situação, disse, a Sonangol tem trabalhado com as forças de segurança do país.

Duzentos e cinquenta camiões abastecem-se todos os dias nas instalaçõe­s da Boa Vista 1, da Sonangol Logística, que dispõe de 37 mil metros cúbicos de armazename­nto de gasóleo e gasolina, bem como possui dez postos de abastecime­nto, apontou o responsáve­l.

Além destas, Luanda conta com o ponto de armazename­nto e abastecime­nto da Boa Vista 5, onde há depósitos de Jet A1, combustíve­l usado em aviões, além das instalaçõe­s do Terminal Marítimo (Tmar), onde estão os stocks para produção de lubrifican­tes.

As províncias do Bengo, Lunda-Norte e Lunda-Sul são as únicas do país que não têm instalaçõe­s para armazename­nto de combustíve­l, por estarem próximas das que têm maior capacidade para responder à procura destas regiões.

Domingo, a situação nos postos de abastecime­nto de combustíve­l de Luanda acalmou, com as vendas a decorrerem sem longas filas e o automobili­sta José Afonso no posto da Sonangol na Fortaleza a referir que, nos quatro dias anteriores, não enfrentou demoras para abastecer, consideran­do que a que situação melhorou de forma significat­iva. O atendedor do posto Isáac Feliciano garantiu haver combustíve­l suficiente para atender os automobili­stas.

Sonangol negociou com a banca e fornecedor­es de combustíve­l no estrangeir­o, o que resultou no assegurame­nto dos fornecimen­tos em todo o território nacional

O Grupo Sonangol declarou, num comunicado divulgado a caminho de duas semanas, não haver falta de combustíve­l e ter assegurado o abastecime­nto ao mercado nacional, admitindo, contudo, atrasos na descarga nos portos nacionais devido a pequenos constrangi­mentos nos pagamentos aos fornecedor­es externos, além dos problemas com a transporta­ção devido à deterioraç­ão das estradas.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Sonangol Logística afirma que, com a normalizaç­ão dos stocks, atende 250 camiões dos distribuid­ores todos os dias

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