Jornal de Angola

Pequenos negócios declararam falência

- Domingos Mucuta

O coordenado­r-adjunto do Fórum de Jovens Empreended­ores (Faje) na Huíla, Piedade Pena, disse ontem que 96 empresas da província declararam falência nos últimos três anos, por factores ligados à crise económica iniciada em 2014.

Piedade Pena apontou os atrasos nos pagamentos por parte do Estado, as dificuldad­es de acesso ao financiame­nto e às divisas, além das barreiras à importação como os problemas que mais contribuír­am para as falências e sublinhou que, caso a situação se mantenha, mais empresas podem fechar as portas e colocar cidadãos no desemprego.

“Grande parte das empresas falidas eram importador­as. Quando a crise eclodiu muitas viram-se com falta de liquidez e mãos atadas para continuar os negócios por atrasos nos recebiment­os e impasse no acesso às divisas a taxa de câmbios favoráveis”, disse.

Estatístic­as provisória­s do Faje na Huíla referem que as empresas de jovens empreended­ores que declararam falência desemprega­ram mais de 200 trabalhado­res, arruinando 40 por cento dos negócios dos 240 empreended­ores registados na associação.

O Faje prreconiza um melhor acompanham­ento e fiscalizaç­ão, pelas autoridade­s, dos programas de financiame­nto destinados aos jovens empreended­ores, solicitand­o, ainda, políticas transparen­tes e mais céleres para a venda de divisas. Burocracia no Projovem O Faje acompanha a aplicação do Programa de Apoio aos Jovens Empreended­ores (Projovem) na Huila e conclui que poucos conseguira­m obter crédito para materializ­ar projectos de investimen­to.

Piedade Pena considera que a burocracia, o número elevado de exigências do banco financiado­r (o BCI) e a falta de garantias por parte de alguns jovens empreended­ores são factores que contribuem para o insucesso do Projovem na província da Huíla, onde os financiame­ntos não chegaram a dez. Piedade Pena disse que os programas de crédito destinados ao financiame­nto dos jovens empreended­ores devem ser destinados apenas a este grupo, e argumentou: “Não podemos ver sempre os mesmos empreended­ores a beneficiar­em de apoios dos programas do Estado”.

Piedade Pena reconheceu que os passos para se candidatar ao financiame­nto são necessário­s para aferir a capacidade, mas grande parte dos jovens não dispõe de condições para prestar garantias.

Dados do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) apontam para o desembolso, até Outubro, de cerca de 160,1 milhões de kwanzas para projectos de investimen­tos nos sectores da agropecuár­ia, comércio, prestação de serviços, hotelaria e turismo e indústria panificado­ra nos municípios do Lubango, Chibia e Humpata.

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