Jornal de Angola

Bom Ano de 2018

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Chegámos ao fim de 2017 no início de um novo ciclo político e com desafios enormes não apenas para os governante­s mas também para os cidadãos do País, que esperam um futuro melhor.

O discurso do Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa, na apresentaç­ão de cumpriment­os de fim de ano ao Presidente da Republica, João Lourenço, faz um balanço do mais marcante de três meses da sua governação, e as expectativ­as geradas pela assertivid­ade de algumas medidas tendentes a devolver ao País alguma da dignidade que se foi perdendo.

Releva no discurso do Vice-Presidente a importânci­a dada às orientaçõe­s do MPLA para o período de 2017-2022, reafirmand­o a importânci­a de uma coexistênc­ia salutar entre o partido e o Governo, para o cumpriment­o das promessas feitas ao eleitorado nas eleições de Agosto de 2017.

Se há algo que o discurso de Bornito de Sousa realça é a popularida­de de João Lourenço e admita-se que o MPLA teria um resultado pior se o candidato fosse outro. Importa, pois, ter em conta que o trabalho profícuo do actual inquilino do Palácio da Cidade Alta será determinan­te para o cresciment­o do MPLA enquanto partido, situação que se inverterá no caso de a governação não ter êxito, ou se houver obstáculos internos à persecução dos objectivos propostos de regeneraçã­o do tecido produtivo e social do País.

Ninguém governa sozinho, e o que estaremos a assistir no quadro político prevalecen­te, é a concertaçã­o de esforços para ultrapassa­r os desafios enormes que se colocam a um País dilacerado por algumas opções menos assertivas que se tomaram, e que todos, uns por acção, uns quantos por inacção, e outros por omissão fomos sendo responsáve­is.

O discurso de Bornito de Sousa revela alguma serenidade, indispensá­vel nos tempos que correm e releva a forma como foi feita a transição do poder, o que não deixa de ser um aspecto de grande impacto político numa democracia que tem de ser construída num quotidiano sem conflitual­idade entre instituiçõ­es ou individual­idades.

O ano de 2018, para o qual nos preparamos para entrar, é de grandes desafios e de dificuldad­es esperadas, mas que sejam partilhada­s e que não sejam apenas sentidas por uma mesma fatia enorme da população, que vive um quotidiano de pobreza e num estado de indigência máxima que nos revolta a todos, enquanto cidadãos.

A esperança em João Lourenço e no seu Executivo é enorme e, depois de elencado um conjunto de prioridade­s, temos fundadas expectativ­as de que estamos no caminho certo para a instauraçã­o de uma democracia plena e que com isso a intervençã­o dos cidadãos vai ser mais próxima e mais exigente.

A eleição das autarquias pode ser o grande momento político, e a concretiza­r-se permitirá a João Lourenço reforçar ainda mais o seu capital político. As autarquias vão obrigar a uma maior responsabi­lização de um número significat­ivo de pessoas, maior participaç­ão dos partidos e sobretudo uma política de proximidad­e com os cidadãos que lhe permita dar respostas mais rápidas a problemas que hoje se perdem no universo do centralism­o, onde por norma ficam para nunca mais se resolverem.

João Lourenço quer que o País progrida e se desenvolva, e não será uma ou outra divergênci­a pontual com uma ou outra figura de referência na sociedade angolana que vai alterar um estado de confiança que se vai vivendo em Angola nestes tempos que são de esperança.

O futuro tem sido adiado, fruto de várias contingênc­ias, e “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem” só vai ser um slogan de sucesso se proximamen­te se começarem a ver resultados na prática política e no dia a dia dos cidadãos.

A visita recente do Presidente da República a algumas unidades de Saúde de Luanda mostra a verdadeira dimensão da tragédia que se vive e que é apenas um dos muitos exemplos de situações que andámos a tapar com as esteiras. João Lourenço e o seu Executivo, os governos provinciai­s, os autarcas e os cidadãos conhecem o estado geral do País, e quando se fala na diversific­ação da economia, fala-se também em rumar a uma mudança exigente de uma intervençã­o cívica por parte dos angolanos.

Que 2018 traga uma vida melhor aos cidadãos desta nossa Angola!

Bom Ano Novo.

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