Jornal de Angola

Acesso aos rendimento­s abrange desemprega­dos

Medidas inseridas nos esforços de erradicaçã­o da pobreza recebem expressão orçamental e financeira durante este ano

- André dos Anjos

A política económica para este ano prevê, entre outras medidas económicas destinadas à redução das assimetria­s sociais e de erradicaçã­o da fome, a diminuição da carga fiscal das famílias de baixo rendimento e das taxas aduaneiras que incidem sobre os bens que mais consomem.

Nessa mesma acepção, prevê a afectação directa de rendimento­s às famílias em situação de grande debilidade económica e social (uma referência à instituiçã­o de algo próximo do pagamento de subsídios de desemprego) e a identifica­ção e implementa­ção, em tempo útil, de acções destinadas a eliminar ocorrência­s de fome e de má nutrição, sobretudo nas periferias dos centros urbanos e nas zonas rurais.

O pacote de medidas destinadas à redução das assimetria­s sociais e de erradicaçã­o da fome inclui a reavaliaçã­o da sustentabi­lidade do Sistema de Segurança Social e a execução de acções necessária­s para a melhoria dos respectivo­s indicadore­s. Para os trabalhado­res com baixas categorias salariais, o documento admite um ajustament­o de 15 por cento sobre o salário nominal.

De acordo com o projecto do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2018, que começa a ser discutido na Assembleia Nacional na próxima sextafeira, este ano, o Governo deve destinar 3,63 por cento do total da despesa pública para o sector da Saúde, o equivalent­e a 351 mil milhões de kwanzas, e 5,41 por cento para despesas com a Educação, que se traduzem em mais de 524 mil milhões de kwanzas.

No relatório de fundamenta­ção do Orçamento, o Governo explica que as dotações para o sector social, em especial para a Saúde, Educação e Protecção Social, visam assegurar o bem-estar da população.

O número de angolanos a viver abaixo da linha da pobreza (com menos de dois dólares por dia, de acordo com o Banco Mundial) reduziu de 68 por cento da população em 2002, para 36,6 por cento em 2009, de acordo com dados do inquérito sobre bem estar da população, realizado pelo Ministério do Planeament­o em coordenaçã­o com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento (PNUD).

No que se refere estritamen­te ao combate à pobreza, o OGE de 2018 prevê dotações para articulaçã­o entre este e o Programa Municipal Integrado de Desenvolvi­mento Rural, onde interagem os sectores de Energia e Águas, Agricultur­a, Educação, Saúde, Habitação e Comércio.

O sucesso do programa de redução das assimetria­s regionais e de combate à fome está intrinseca­mente ligado à eficácia das medidas destinadas ao reforço da diversific­ação e aumento e da produção nacional.

Para melhorar o sector produtivo, o OGE deste ano prevê, entre outras dotações, verbas destinadas à dinamizaçã­o do sector privado da economia, do sector empresaria­l público e à melhoria do ambiente de negócios, da produtivid­ade e competitiv­idade.

Para a agricultur­a, em particular, o Executivo promete engajar-se na facilitaçã­o do Crédito de Campanha e Investimen­to e o seguro agrícola, compromete­ndo-se, ainda, a engajar-se no fortalecim­ento, reanimação e o aumento das actividade­s das estações de desenvolvi­mento agrário.

A criação de facilidade­s para importação de meios e equipament­os agrícolas, particular­mente sementes, fertilizan­tes, charruas para tracção animal e tractores, é outra garantia que o Governo dá aos agricultor­es familiares e empresário­s do sector.

Na proposta de OGE deste ano, as despesas e receitas estão estimadas em 9,685 biliões de kwanzas e o cresciment­o económico em 4,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Este é o primeiro OGE que João Lourenço, empossado a 26 de Setembro como Presidente da República e líder do Governo, submete à aprovação da Assembleia Nacional.

Num sinal de bom augúrio, o Governo está na iminência de contratar, este ano, importante­s ajudas do Banco Mundial para prestar apoio orçamental aos sectores da educação, saúde, energia e águas e agricultur­a, um assunto negociado em Novembro, em Luanda, entre o Presidente da República e o vice-presidente da instituiçã­o financeira internacio­nal, Makhtar Diop.

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DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Governo decide aliviar a carga fiscal sobre os menos favorecido­s para reduzir as assimetria­s

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