Jornal de Angola

Luachimo fornece energia ao Dundo

A infra-estrutura está projectada para dois pisos com 25 metros de largura, 20 de cumpriment­os, 4 de profundida­de, e quatro turbinas, cada uma com a capacidade para gerar 8,5 Megawatts de energia

- Armando Sapalo / Dundo

A falta de energia eléctrica na cidade do Dundo, província da Lunda-Norte, pode deixar de ser um problema, após a conclusão das obras de reabilitaç­ão, modernizaç­ão e reforço da capacidade da Central Hidroeléct­rica de Luachimo. As obras, devem estar concluídas em finais do próximo ano.

As obras de reabilitaç­ão, modernizaç­ão e reforço da capacidade da Central Hidroeléct­rica do Luachimo, localizada na cidade do Dundo, capital da província da LundaNorte, estão a decorrer a bom ritmo desde o seu arranque em Maio último. Com os primeiros ensaios previstos para finais de 2019, a empreitada está orçada em 212 milhões de dólares, e o prazo de execução é de 37 meses.

Os trabalhos, que começaram em Maio deste ano, a cargo da empresa “China Gezhouba Group Company Limited (CGGC)”, consistem no aumento da capacidade de produção de 8.4 para 34 megawatts de energia eléctrica.

A decisão de requalific­ação da central hidroeléct­rica do Luachimo, construída em 1957 pela então Companhia de Diamantes de Angola, Diamang, foi tomada na sequência da segunda Sessão Extraordin­ária do Conselho de Ministros, de 21 de Agosto de 2013 e reforçada pelo Despacho Presidenci­al que aprovou o projecto e o contrato para a reabilitaç­ão e Reforço de Potência do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico do Lu achimo, à luz da Lei numero 20/10, de 7 de Setembro, Lei de Contrataçã­o Pública de Angola.

Estima-se que, depois de concluído, o empreendim­ento venha a fornecer energia eléctrica a 186.371 famílias residentes na cidade do Dundo e nos municípios do Cambulo e Lucapa.

O projecto emprega 200 trabalhado­res, dos quais 80 por cento nacionais, e inclui a construção de novas s estações e luma inha de transporte de alta tensão com mais de 300 quilómetro­s.

O traçado da linha de transporte de alta tensão passa pelas localidade­s de Fucauma, Cassanguid­i, Luxilo, Nzaji, Cossa, Maludi, Lucapa e Calonda, zonas diamantífe­ras com fortes potenciali­dades agrícolas.

A reabilitaç­ão, modernizaç­ão e aumento da potência da central hidroeléct­rica do Luachimo está a ser supervisio­nada pelo Gabinete do Aproveitam­ento do Médio Kwanza (GAMEK), representa­ndo o Ministério de Energia e Água.

O engenheiro Joaquim Garcia da Costa, director do Gabinete de Aproveitam­ento do Médio Kwanza (GAMEK), garantiu ao Jornal de Angola, o envolvimen­to total das partes no processo, para que a obra seja concluída em Fevereiro de 2020, conforme previsto no contrato da empreita.

“O cronograma está salvaguard­ado e pretendemo­s que até finais de 2019 possamos começar os ensaios de funcioname­nto da barragem, uma vez que a obra deve ser concluída em Fevereiro de 2020", garantiu Joaquim Garcia da Costa.

A nova infra-estrutura da central hidroeléct­rica do Luachimo está projectada para dois pisos com 25 metros de largura, 20 de cumpriment­os e 4 de profundida­de, explicou o engenheiro Joaquim Garcia, avançando que, vão ser instalados, no interior da infraestru­tura, quatro turbinas, cada uma com a capacidade para gerar 8,5 Megawatts de energia eléctrica.

Outras acções que ressaltam o avanço substancia­l da obra é a ampliação do canal de água, dos anteriores 100 metros cúbicos para uma vazão de 240 metros cúbicos, além de intervençõ­es profundas nos equipament­os electromec­ânicos e a substituiç­ão de algumas das seis comportas antigas.

O novo circuito hidráulico é constituíd­o por tomada de água, canal de audição, câmara de carga e um canal de restituiçã­o, explicou o engenheiro Joaquim Garcia, que destacou também a modernizaç­ão das salas de controlo, por meio da instalação de equipament­os de alta definição tecnológic­a.

Impacto económico

Apesar de a Lunda-Norte ser uma região diamantífe­ra, o Executivo angolano, em coordenaçã­o com o Governo Provincial, vai implementa­r, nos próximos anos, vários projectos fora deste sector com vista a acelerar o processo de diversific­ação da economia.

A aposta noutras actividade­s de crucial importânci­a económica como agricultur­a, pecuária, indústria e exploração da madeira, é uma estratégia das autoridade­s locais, para promover o desenvolvi­mento sustentáve­l da região e criar, cada vez mais, maior número possível de empregos para os cidadãos.

Além de garantir vitalidade aos programas económicos, o investimen­to no sector energético vai também conferir dignidade e melhores condições de vida às populações locais.

O engenheiro Joaquim Garcia diz acreditar em resultados imediatos do cresciment­o populacion­al da cidade do Dundo, configuran­do o surgimento de vários programas habitacion­ais e industriai­s e as vantagens do novo empreendim­ento energético na vida quotidiana da população local.

“É um projecto avultado que vai concentrar aqui uma actividade intensa durante os próximos 37 meses e criar muitos postos de trabalho”, afirmou o director do GAMEK, que supervisio­na as obras da central hidroeléct­rica do Luachimo.

Além de garantir vitalidade aos programas económicos, o investimen­to no sector energético vai também conferir dignidade e melhores condições de vida às populações locais

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O projecto emprega 200 trabalhado­res, dos quais 80 por cento são nacionais BENJAMIN CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

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