Recomendamos a todos mãos à obra
Três dias depois do início do ano novo, fase em que as pessoas e instituições parecem experimentar uma certa inércia, devemos arregaçar as mangas de volta ao trabalho para fazer Angola crescer. É verdade que existem milhares de angolanos que, por razões ligadas à natureza do seu trabalho, não largaram mãos das suas actividades, representando um exemplo de dedicação e brio profissional. De resto, era impensável que o país todo parasse, em termos laborais, ou entrasse numa onda de férias colectivas gerais decorrente do período festivo.
O trabalho não pode esperar, sobretudo nesta fase em que as pessoas, aparentemente, parecem precisar ainda de dias de recuperação para voltarem ao seu melhor no que à entrega ao trabalho diz respeito.
Foi bom o período de celebrações e festas, mas é ainda melhor a fase que nos espera pela frente, numa altura em que precisamos de contornar os números da crise económica e financeira com trabalho redobrado. Não temos tempo a perder e os primeiros dias do ano novo devem ser aproveitados para o trabalho, porque é grande o desafio para a construção de um país bom para todos. Temos ainda indicadores sociais, grande parte deles superáveis com trabalho e dedicação, que muito preocupam a todos, governantes e outros cidadãos.
A economia de Angola precisa de crescer a dois dígitos, segundo análises de especialistas, não apenas para fazer jus às suas necessidades de crescimento e desenvolvimento económico, mas também para enfrentar o crescimento demográfico acelerado.
O crescimento da economia não pode continuar deficitário relativamente ao crescimento da população sob pena de comprometer metas e objectivos.
É verdade que mais do que crescer a dois dígitos e algumas vezes de maneira invariável, vale manter um crescimento sustentável para assegurar estabilidade ao nível dos agregados macro da economia, nomeadamente a produção de bens, a geração de renda, as exportações e o comportamento dos preços. Mas esse objectivo só é alcançável com entrega completa ao trabalho, uma recomendação válida inclusive para os que exercem actividade por conta própria, um segmento que experimenta algum crescimento por via do auto-emprego e empreendedorismo, um pouco por todo o país.
Apenas o trabalho dá retorno a todos os níveis, que deve conhecer maior engajamento e dedicação por parte dos empregados, por um lado, valorização e incentivo por parte dos empregadores, por outro. Não é exagerado esperar que as empresas, no quadro da busca da eficiência e rendimentos, sejam capazes de tratar com distinção os trabalhadores que mais se destacam, inclusive como forma de incentivar os outros em situação inversa.
Se ao trabalho desigual for dada compensação igual, não há dúvida de que crescerá o potencial de perda de competitividade, de produtividade e risco de falência do empreendimento.
Urge combater o absentismo, a conduta laboral que tende para formas passivas de greve e outros procedimentos que não concorrem para os fins que o trabalho persegue, tendo em vista a satisfação de todos os seus intervenientes. A observância dos ditames legais, quer pelos empregados, quer pelos empregadores, ao lado da predisposição natural para o diálogo e a concertação, constituem as melhores vias para o sucesso do trabalho.
Se todos formos capazes, cada um ao seu nível, de materializarmos as acções laborais com a atitude e a responsabilidade que se requer para fazer Angola crescer, não há dúvida de que todos saem a beneficiar. Por isso, numa altura em que precisamos de voltar ao trabalho com dedicação e entrega, recomendamos a todos mãos à obra.
O crescimento da economia não pode continuar deficitário relativamente ao crescimento da população sob pena de comprometer metas e objectivos