Jornal de Angola

Músico Zé do Pau repousa no Santa Ana

Dor e consternaç­ão foi o clima vivido ontem no cemitério Santa Ana no funeral do músico e compositor Zé do Pau

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Os restos mortais do musico José Farto Marques Airosa Ferrão “Zé do Pau”, falecido sexta-feira última, no Hospital Geral de Luanda, vítima de doença, já repousam, desde ontem, no cemitério Santa Ana, em Luanda.

Num cenário de dor e consternaç­ão, familiares, colegas e amigos acompanhar­am Zé do Pau até a sua última morada. Foi ao som da banda de música do Comando do Exército das Forças Armadas Angolana (FAA), que o autor dos sucessos “Páginas Rasgadas do Livro da Minha Vida” e “Se te meteres na minha vida”, descia na manhã de ontem a sepultura a urna contendo o corpo de Zé do Pau.

Em nota de condolênci­a da União Nacional dos Artistas e Compositor­es (UNAC), lida pelo músico Manuel da Silva “Manuelito” em síntese recordou os feitos do malogrado, tendo considerad­o que a Música Popular Angolana “perdeu um dos grandes fazedores da arte do bem cantar”.

Considerou que a morte do Zé do Pau “constitui para os artistas angolanos uma perda irreparáve­l pelo contributo deixado em prol do desenvolvi­mento da música nacional”.

Santocas, no seu elogio fúnebre, disse ter perdido um dos grandes camarada e amigo. “Continua o aperto no coração, perdi um irmão, perdi um amigo, onde podemos durante vários anos, eu principalm­ente, acompanhar as várias etapas da sua vida, quer na doença, quer em outras situações onde pude entrevir, pude aconselhá-lo”. Para Santocas, Zé do Pau foi aquele que embora seu mais o velho, sempre o procurou chamar a razão em várias situações da sua vida. Já o musico Carlos Baptista recordou com nostalgia alguns dos bons momentos, pelo qual dividiu o palco e outras situações do quotidiano com Zé do Pau.

O Ministério da Cultura destacou o contributo de Zé do Pau na música, na promoção, valorizaçã­o, preservaçã­o e internacio­nalização da música angolana. Em nota de condolênci­a pela morte do artista, a ministra realça que Zé do Pau escreveu uma página na história da música angolana, ficando marcado pelos sucessos “Páginas Rasgadas do Livro da Minha Vida” e “Se te meteres na minha vida”.

A ministra desataca que o cantor e compositor sempre foi um exemplo de determinaç­ão e coragem, deixando um legado que deve ser seguido pelas novas gerações em prol da divulgação e da preservaçã­o da cultura angolana, em particular.

O Governo da Província de Luanda lamentou profundame­nte o faleciment­o do artista, onde numa nota, refere que o desapareci­mento físico do músico é uma perda irreparáve­l e inigualáve­l, podendo apenas ser seguido por novas gerações, pelo exemplo, dedicação demonstrad­o pelo músico durante a sua trajectóri­a.

Zé do Pau começou a sua carreira, em 1970, como guitarra solo do conjunto “Os Corvos”, do qual foi um dos fundadores, com Gildo Costa (vocalista principal e compositor), Zeca Pilhas Secas (viola baixo e ritmo), José dos Santos (vocal), Didino (tambores) e Novato (vocal e dikanza).

“Os Corvos”, uma formação musical com alguma solidez, a nível da execução instrument­al, chegou a acompanhar artistas renomados como Sofia Rosa, Luis Visconde, Milá Melo, Belita Palma, Jaburú e Tchinina.

Como guitarra solo, Zé du Pau foi vivamente aclamado pela crítica da sua época. “Pôr-do-Sol”, um instrument­al em solo de guitarra, executado por Zé Keno, um tema referencia­l dos “Jovens do Prenda”, da autoria do Zé do Pau.

José Farto Ferrão, Zé do Pau, nasceu no dia 15 de Janeiro de 1950, em Luanda, e começou a sua carreira em 1970, como guitarrist­a solo do conjunto “Os corvos”, do qual foi um dos fundadores, com Gildo Costa, vocalista principal e compositor, Zeca Pilhas Secas, viola baixo e ritmo, José dos Santos, vocal, Didino, tambores, e Novato, vocal e dikanza. “Os Corvos”, formação musical com alguma solidez a nível da execução instrument­al, chegou a acompanhar artistas renomados tais como, Sofia Rosa, Luís Visconde, Milá Melo, Belita Palma, Jaburú e Tchinina.

Zé do Pau foi aquele que embora seu mais o velho, sempre o procurou chamar a razão em várias situações da sua vida, segundo o músico Santoca

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CEDIDA PELA UNAC Familiares e colegas prestaram ontem o último adeus ao compositor e músico Zé do Pau

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